Imperatriz apresentará a história do dinheiro no Carnaval 2019
A Imperatriz Leopoldinense, oitava colocada no Carnaval 2018, apresentou, na noite desta quarta-feira (13), a sinopse do seu enredo para o próximo ano: “Me dá um dinheiro aí”, que será desenvolvido pelo casal de carnavalescos Mário Monteiro e Kaká Monteiro.
Em meio a uma profunda crise econômica, a verde, branca e ouro pretende levar para a Sapucaí um desfile bem-humorado e irônico sobre a obsessão do homem pelo dinheiro. “Em um momento tão complicado que vivemos no Rio, com tanta violência e intervenção militar, precisamos resgatar esse humor tipicamente carioca. E o Carnaval é ideal para isso”, explica Mário Monteiro.
Ao longo de seu desfile, a Imperatriz abrirá sua narrativa trazendo duas lendas em que o dinheiro tinha papel preponderante: Robin Hood e a Lenda do Rei Midas. Em seguida, o enredo traz a invenção do dinheiro e o seu uso nas antigas civilizações.
A história do dinheiro no Brasil será enfocada no terceiro setor. O enredo dá um salto no tempo e vem para os dias atuais trazendo todos os inúmeros meios de guardar e investir dinheiro. Enfocará a roda da fortuna, mostrando pessoas humildes que enriquecem através da sorte ou do talento pessoal. O desfile se encerrará com o dinheiro no Carnaval do futuro, imaginando a folia em um mundo formado por bitcoins.
Campeão pela Estácio de Sá em 1992, Mário estava afastado do Carnaval desde 2013, quando fez o desfile da Imperatriz. Neste retorno à escola do bairro de Ramos, o artista mostra toda sua empolgação: “O presidente Luizinho Drumond me convidou e me deu liberdade total de fazer um enredo autoral. Acho a história do dinheiro fantástica para proporcionar um desfile alegre e de grande impacto visual”, conta o carnavalesco, que também é cenógrafo da Rede Globo.
Com os desenhos de figurinos bastante adiantados e metade das seis alegorias desenhadas, Mário Monteiro aposta que conseguirá dar um bom ritmo ao trabalho no barracão da escola. “Gosto de terminar com antecedência para poder fazer adaptações e aperfeiçoamentos. Podem esperar um desfile com muito visual e, especialmente, surpresas em nossa comissão de frente”, promete.
Confira a sinopse da Imperatriz Leopoldinense:
JUSTIFICATIVA
A ideia básica deste desfile, que abrange alguns assuntos mais graves, é tratá-los através de metáforas ou de forma sempre bem-humorada, que aliás, faz parte de uma tradição do humor brasileiro.
O fato é que os dramas existem e estão aí plantados e, por uma hora e quinze minutos, esperamos proporcionar ao público um espetáculo leve e divertido, apesar das mazelas.
Finalizando, uma frase do cartunista Jaguar que sintetiza o nosso conceito: “está tudo tão sinistro que é preciso rir para poder respirar”.
SINOPSE
O nosso Enredo vai falar sobre o dinheiro e sua relação com o ser humano desde a sua invenção até a época atual. Ele é, sem dúvida alguma, um dos instrumentos de maior importância na vida econômica das nações e das pessoas.
Para se certificar disso, bastará imaginar o que seria a vida sem dinheiro. Como poderíamos comprar e vender, receber e pagar, abastecermo-nos e economizar para o futuro, etc., se ele não existisse?
Nosso desfile começa contando duas lendas clássicas que lançam uma luz sobre a justiça e a ganância humana pelo dinheiro.
A primeira fala de Robin Hood, herói mítico inglês (séc. XII), que roubava da nobreza, que vivia da exploração do povo através de impostos e taxas extorsivas e distribuía para os pobres.
A segunda lenda conta a história do Rei Midas, que recebeu dos deuses a capacidade de transformar em ouro tudo que tocasse. A dádiva virou maldição. Até mesmo sua filha predileta foi transformada por ele em ouro.
Em seguida vamos viajar até o século VII a.C., no Reino da Lidia (Turquia atual), onde foram criadas as primeiras moedas. Depois da moeda veio o papel. Os chineses foram os primeiros a perceber a vantagem de lidar com o dinheiro na forma de documentos de papel no século X.
Em se tratando de Brasil, começamos narrando a primeira relação de troca entre os índios e descobridores em 1500: o escambo.
Somente quase dois séculos depois foi criada a Casa da Moeda da Bahia, marco da produção das primeiras moedas brasileiras, grandemente utilizadas na compra de escravos. Um capítulo hediondo de nossa história que durou quase 3 séculos.
Com a República e o progresso vieram inúmeros meios de guardar e investir dinheiro: depósitos bancários, aplicações financeiras e assim por diante. Também veio a divisão da sociedade em classes, denunciando uma enorme desigualdade de renda: poucos com muito e muitos com tão pouco.
A chance de ascender a uma classe superior, com raríssimas exceções, é muito limitada. Como por exemplo, de forma ilícita ou por um golpe de sorte, através de um prêmio acumulado na Loteria – a roda da fortuna.
Também abordamos o lado popular e bem-humorado do dinheiro com o personagem do Tio Patinhas e o cofre do porquinho.
Encerramos o desfile falando de um futuro já presente através das moedas criptográficas - um sistema de recurso digital projetado para funcionar como um meio de troca. A partir de 2010, algumas empresas em escala global começaram a aceitar Bitcoins.
E o carnaval do futuro? Desfiles intergalácticos?
A Imperatriz flutuando no espaço sideral?
Aguardemos...
SETORIZAÇÃO
SETOR 1 – AS LENDAS
Abrimos o nosso desfile representando 2 lendas importantes que se referem diretamente ao dinheiro: Robin Hood e A Lenda de Midas.
SETOR 2 – A INVENÇÃO DO DINHEIRO
As mais antigas moedas que se conhecem foram feitas no séc. VII no Reino da Lidia (Turquia atual). Feitas de liga de ouro e prata, conhecida na época como “eletro”.
Cédulas não passam de pedaços de papel, mas são aceitas como dinheiro. O valor está no que elas representam. Os chineses foram os primeiros a lidar com o dinheiro na forma de documentos de papel.
SETOR 3 – TERRA BRA$ILI$. O DINHEIRO DO BRASIL
A história do dinheiro no Brasil começou de forma insólita logo após o descobrimento, com um fato importante para o meio circulante brasileiro: o primeiro escambo. Ao desembarcar em terra, os portugueses, num gesto amistoso, lançaram à praia um barrete vermelho, uma carapuça e um sombreiro. Os índios, imediatamente, responderam lançando um cocar de penas e um cocar de contas.
Nos períodos colonial e imperial até 1888, a economia brasileira sobrevivia através da exploração dos escravos trazidos da África e vendidos como mercadoria. Um dosperíodos mais hediondos da nossa história.
SETOR 4 - TEMPOS MODERNOS
Hoje temos à disposição inúmeros meios de guardar e investir dinheiro: depósitos bancários, aplicações financeiras, cheques, cartões de crédito, caixas automáticos, previdência privada e etc.
SETOR 5 – A RODA DA FORTUNA
A roda da fortuna vai falar sobre pessoas de origem humilde que através do talento pessoal ou da sorte conseguiram crescer na vida com sucesso financeiro.
SETOR 6 – O FOLCLORE E O DINHEIRO
Neste setor abordaremos o Tio Patinhas, o cofre do porquinho e também o dinheiro na teleficção.
SETOR 7 – DINHEIRO E CARNAVAL DO FUTURO
Em relação ao dinheiro podemos anunciar que o futuro já começou através das moedas virtuais. A mais famosa delas é o Bitcoin.
E completando esse futuro “virtual” e intergaláctico imaginamos a Imperatriz do futuro.
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