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Vítima de atropelamento de carro alegórico no Carnaval morre no Rio

Fotógrafo registra pânico no exato momento do acidente envolvendo um dos carros alegóricos da Paraíso do Tuiuti na Sapucaí - AgNews
Fotógrafo registra pânico no exato momento do acidente envolvendo um dos carros alegóricos da Paraíso do Tuiuti na Sapucaí Imagem: AgNews

Carolina Farias

Do UOL, no Rio

29/04/2017 11h49

Morreu na manhã deste sábado (29) Elisabeth Ferreira Joffe, 55 anos, conhecida como Liza Carioca, uma das vítimas do atropelamento do carro alegórico da escola de samba do grupo especial do Rio de Janeiro, Paraíso do Tuiuti. Ela teve um fêmur fraturado e a bacia esmagada e chegou a passar por dez cirurgias – uma na última quinta-feira (27) - desde o acidente, na noite do dia 26 de fevereiro, primeira noite de desfiles do grupo.

De acordo com seu marido, o radialista Paulo Guterres, nesta semana ela entrou em coma por causa de uma infecção. Ela foi diagnosticada com uma anemia profunda e fez o último procedimento cirúrgico para evitar que a trombose nas pernas causasse uma embolia pulmonar. Ela estava internada na Quinta D’Or, que confirmou a morte.

Uma das vítimas do acidente, a radialista Elizabeth Joffre havia sofrido fraturas no quadril e no fêmur e passou por pelo menos cirurgias reparatórias - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Uma das vítimas do acidente, a radialista Elizabeth Joffre havia sofrido fraturas no quadril e no fêmur e passou por pelo menos cirurgias reparatórias
Imagem: Reprodução/Facebook

Liza era muito querida pelo mundo do samba carioca por conta de seu trabalho como radialista. Ela estava na Sapucaí trabalhando para a rádio Ação FM.

Acidente deixou 20 feridos

O acidente com o último carro alegórico da escola deixou ao todo 20 feridos. O veículo perdeu o controle e prensou as pessoas na grade – a maioria delas jornalistas. O lugar é um tradicional ponto de cobertura da imprensa, como explicou uma das feridas, a fotógrafa Ana Claudia Fernandes, freelance do jornal O Dia.

“Não estávamos na frente, estávamos na lateral. Quem ia imaginar que o carro batesse na lateral. Eu ainda corri para o outro lado para tentar escapar e fui atingida”, afirmou a fotógrafa, que teve quatro ossos do ombro direito quebrados.

“Operei há nove dias e meu braço ainda não se mexe. Reconstruí tendões e coloquei prótese. Daqui a um mês começarei a fisioterapia. Estou perdendo sem trabalho. O jornal está ajudando,  mas as contas não fecham”, desabafou Ana.

Segundo a vítima, ela quem teve de procurar a escola de samba para obter o ressarcimento das primeiras despesas. “Eles pagaram as despesas do primeiro atendimento, táxi e consulta. Em torno de R$ 2.000. Na semana passada eles me procuraram, mas ainda não respondi”, afirmou.

Escola: "Declaramos luto"

A Paraíso do Tuiuti divulgou nota assim que foi confirmada a morte de Elizabeth: "Profundamente consternada com o falecimento da senhora Elisabeth Joffe, a diretoria do Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti lamenta o ocorrido e presta as mais sinceras condolências aos familiares e amigos. Desde o fatídico episódio, a agremiação não se furtou em arcar com os custos do tratamento médico e oferecer apoio irrestrito ás vítimas com sequelas e ferimentos graves.  Declaramos luto e mais uma vez lamentamos que as consequências do acidente tenham sido as piores possíveis."

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) afirmou estar solidária "com todos os seus familiares e amigos neste momento de dor". O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, também se pronunciou sobre a morte: "É com muita tristeza que recebo a notícia do falecimento da radialista Elizabeth Ferreira Joffe, vítima do lamentável acidente ocorrido no Sambódromo. Presto minha solidariedade à família e aos amigos de Elizabeth e agradeço publicamente todos os profissionais de saúde que lutaram para salvar sua vida".