Depois de 33 anos sem títulos, a vitória da Portela no Carnaval do Rio 2017 foi comemorado com um desabafo emocionado do presidente da escola, Luis Carlos Magalhães.
"Nós merecemos muito. Nós trabalhamos muito. Nós somos a que merecemos mais. Porque todas as escolas precisam da vitória da Portela. Porque elas serão muito maiores com a Portela forte. O Carnaval precisa da Portela. A cultura brasileira precisa da Portela. O brasileiro precisa da Portela. A Mangueira, a Grande Rio, a Beija-Flor, todas elas serão muito mais fortes conosco, porque nós também precisamos delas para levantar a bandeira do samba. A vitória não é só da Portela, é de todas as escolas que precisam levantar a bandeira do samba", declarou o presidente logo após o resultado nesta quarta-feira (1).
Emocionado, Magalhães disse que finalmente a escola vai ter "paz para ser a grande escola para a história que tem" e desabafou sobre o jejum de mais de 30 anos. "Todos têm que ficar muito felizes com o que aconteceu hoje. Acabou essa história, acabou essa história de jejum. A Portela agora vai ter paz para ser a grande escola para a história que ela tem que ser ao lado das suas coirmãs. A Portela vai ser a escola, tranquila, pacífica, voltada para a cultura brasileira, voltada para as suas coirmãs, porque a bandeira da Portela é abraçar a cultura brasileira".
Trabalho de várias gerações
O presidente citou ainda o "trabalho de várias gerações" e nomes de integrantes da escola ao comemorar o título. "Sonho mais que realizado, muito trabalho de várias gerações. Desde o tempo da Candeia (do núcleo original de sambistas que fundou a Portela) já estamos lutando por esse título. De Paulinho da Viola, tanta gente lutando por esse título da Portela moderna. É muita gente que merece ser citada aqui. Danielle (Danielle Nascimento, porta-bandeira) que marcou os quatro dez (notas 10) depois de tanto sofrimento, o nosso carnavalesco [Paulo Barros], o nosso presidente de honra e a todos os portelenses de todas as partes do país e todas as partes do mundo. O nosso carnavalesco é um cavalo para trabalhar e teve um papel fundamental nessa vitória", declarou.
E lembrou Marcos Falcon, presidente da escola assassinado a tiros em setembro do ano passado. "O Falcon deixou a coisa direitinho, a escola estruturada, e deixou uma força muito grande para mim e para os outros companheiros. Se eu tive alguma sabedoria foi entender que eu não era o Falcon, sou uma outra pessoa e tenho outra maneira de administrar. Sempre mantendo a equipe dele, mas com a minha maneira de administrar. A escola demorou um pouco a entender, mas acabou entendendo e o resultado está aqui. Uma administração descentralizada, acreditando nas pessoas, chamando gente para somar, mas não fiz nada demais, a não ser pegar a bandeira que o Falcon deixou e conduzir de outra maneira".
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