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No 2º dia de Carnaval de SP, Dragões e Império entram na briga pelo título

Jussara Soares

Colaboração para o UOL

26/02/2017 08h30

A segunda noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi fez valer o ingresso do público do começo ao fim e a campeã do Carnaval 2017 de São Paulo pode sair dos desfiles deste sábado (25), que teve apresentações superiores ao primeiro dia. Com performances memoráveis, Dragões da Real e Império de Casa Verde possivelmente terão uma briga acirrada pelo título, junto a Acadêmicos do Tatuapé e Unidos de Vila Maria, que saíram na noite anterior. A Vai-Vai conquistou pela emoção, mas por outro lado teve graves problemas de evolução, o que não deve deixar a escola ir muito adiante.

A noite de sábado foi marcada por uma paralisação de quase 1 hora do presidente da Nenê de Vila Matilde, Rinaldi Andrade, o Mantega, que se recusou a colocar a escola na avenida com a pista molhada. A Vai-Vai, agremiação que passou antes, jogou água no chão durante sua passagem --o enredo, sobre a Mãe Menininha do Gantois, mencionava as Águas de Oxalá. O público não gostou do atraso e chegou a vaiar a Nenê.

Horas antes, a Dragões, que chegou ao Grupo Especial em 2012, colocou o Anhembi para cantar a sua homenagem à Asa Branca, de Luiz Gonzaga. A agremiação imprimiu o sertão em suas alegorias e fantasias e fez uma apresentação consistente, evoluindo bem e com os componentes cantando com alegria. Se o enredo já era de fácil compreensão, a bateria de Mestre Tornado --que fez cinco paradinhas-- só ajudou a seduzir ainda mais o público.

A Império de Casa Verde levou fantasias e alegorias luxuosas para a avenida ao apresentar um enredo abstrato, pedindo pela paz mundial, e se credenciou na briga pelo bicampeonato. Mais uma vez, o carnavalesco Jorge Freitas criou efeitos visuais com uma diversidade de materiais nas fantasias e de elementos humanos nos carros. O que faltou à escola foi um samba mais vigoroso e um tema de melhor assimilação, que ajudaria a Império a ter o apoio do público em seu coro, algo que não aconteceu.

Já a Vai-Vai levou a plateia na mão: o samba poderoso colocou a arquibancada para cantar. Por outro lado, as fantasias e alegorias estavam abaixo de suas concorrentes. Houve também correria dos componentes da avenida para não estourar o tempo. Com isso, a escola pode perder pontos preciosos.

Funcionįrios do sambódromo secam pista molhada, deixada por carro da Vai-Vai - Reproduēćo/TV Globo - Reproduēćo/TV Globo
Funcionįrios tiveram que secar o sambódromo após passagem de carro da Vai-Vai, o que atrasou os śltimos desfiles da noite
Imagem: Reproduēćo/TV Globo

A segunda noite

A Mancha Verde, primeira a desfilar neste sábado, divertiu com um enredo sobre os Zés do Brasil. E apostou na criatividade para fazer um desfile sem grandes erros para evitar voltar ao Grupo de Acesso.

Com homenagem a Salvador, a Unidos do Peruche teve problemas para empurrar carros e a evolução, consequentemente, foi prejudicada. As fantasias também deixaram a desejar e alguns componentes tiveram dificuldade com fantasias, que teve partes se despedaçando.

Depois do atraso, a Nenê de Vila Matilde, que também fez um desfile sobre cidade, homenageou Curitiba, no Paraná, e teve a participação da youtuber Kéfera Buchmann. A escola fez um desfile correto, mas no final correu para não estourar o tempo.

Já era quase 7h quando a Rosas de Ouro entrou na avenida. O atraso, no entanto, não tirou o ânimo da escola, que fez um enredo lúdico sobre banquete. Quem ficou até o fim se divertiu com um desfile colorido, longe do luxo das fantasias e alegorias de outros tempos.

A grande campeã do Carnaval 2017 de São Paulo será revelada nesta terça-feira (28). Em um julgamento cada vez mais criterioso, os detalhes definem as vencedoras e o que se leva de mais um Carnaval são os espetáculos que se viu. O desfile dos vencedores acontece na próxima sexta-feira.

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