Bola Preta faz Carnaval com alegria, paz e 1,5 de milhão de pessoas
Assim como gato não tem medo de água fria, cariocas não têm medo de dias nublados. A celebração do 99 aniversário do Cordão do Bola Preta arrastou mais de 1,5 milhão de pessoas pelas ruas do centro do Rio na manhã de sábado (25).
O tradicional bloco do Rio que abre oficialmente o Carnaval carioca homenageando o nascimento do compositor Pixiguinha e da cantora Dalva de Oliveira, que se estivessem vivos, completariam 120 e 100 anos, respectivamente.
Antes das 10h da manhã, horário marcado para o começo do desfile , milhares já se aglomeravam em frente à Igreja Nossa Senhora do Carmo. O público, a maioria familiar, reunindo várias gerações, vestiam fantasias de noivas, padres, peixes, fadas, personagens infantis e tantos outros.
Antes da Banda do Cordão Bola Preta soar as trombetas, o público fez aquecimento dançando o funk que se tornou febre nas redes sociais no começo do ano, o "Ó o gás ", de Anderson Santos
Aliás, a própria empresa participante da brincadeira no vídeo, a Ultragaz, patrocina o bloco carioca. A gerente Roberta Brenner disse que está oportunidade não poderia ser perdida. "Nós levamos gás há 80 anos à casa das pessoas. Não poderia ser diferente e não estar neste evento representando o amor pelo carioca", afirmou.
Do alto de um dos cinco trios que embalavam a festa, o presidente Pedro Ernesto Marinho convocou em alto e bom som os foliões para que fizessem um desfile com muito amor, paz e a alegria. Ao UOL, ele confidenciou que estes três fatores marcaram a história do bloco nestes 99 anos: "Vamos continuar perseguindo a alegria para que as pessoas coloquem sempre na cabeça que Carnaval é paz, amor e alegria e que continue assim sempre”, disse.
Ao lado estava, a “madrinha eterna” do Cordão, segundo as palavras carinhosas do próprio presidente da instituição, a cantora Maria Rita. Ela destacou a importância do bloco. "O Bola é o bloco mais tradicional, um dos mais importantes da história do Carnaval do Rio. É sempre uma honra vir aqui. Ainda mais hoje. Amo Pixiguinha e Dalva. Os dois são como gênios da música popular brasileira para mim e para todos nós."
Bem ao lado dela, a saltitante porta bandeira Leandra Leal - que desceu do trio para cantar e pular com os foliões - afirmou que espera pelo próximo ano do desfile da agremiação, quando será o centenário.
"Hoje eu acordei pensando já no que seria o desfile do ano que vem. Pretendo ficar com o Bola Preta até morrer", enfatizou.
Os foliões foram um show à parte. Nas vielas, nos becos, em cima dos postes, nas copas das árvores, todos estavam ali para ver a tradicional estrela do Carnaval.
A mãe Lilian Cristina Souza, 43 anos, levou seus filhos pela primeira vez ao bloco. Os pequenos Hanna Yasha, 2; Kyara Ashley, 7; Luyan Braman, 9, estavam entusiasmados e tentavam acompanhar as marchinhas entoadas, dentre elas "Bandeira Branca", de Dalva de Oliveira.
Também foi destaque entre a multidão, a turma "Faxineiras do Valqueire". Um grupo de 50 homens espalhados pelos blocos do Rio em que no Bola estavam presentes 14 integrantes. Todos trajados de saia e meia espartilho rosa, peruca branca e sutiã rosa. "O Bola Preta é o coração do Rio. A gente gasta 200 reais todo ano em fantasias para brincar aqui", contou Wallace Trindade de 25 anos.
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