Com tradição e modernidade, Portela e Tijuca fazem bons ensaios na Sapucaí

Ao longo de décadas, a tradicional Portela dominou o Carnaval carioca. Fundada em 1923, a azul e branca de Oswaldo Cruz e Madureira acumulou 21 campeonatos ao longo de sua trajetória. Enquanto a escola comemorava títulos sucessivos, a Unidos da Tijuca, fundada em 1931, tinha apenas uma conquista em sua história – no longínquo ano de 1936. Mas a história é repleta de ironias e reviravoltas.
Se a Portela vive um longo jejum de títulos, sem ganhar o Carnaval desde 1984, a Tijuca, que passou grande parte de sua existência nos grupos de acesso, tornou-se uma escola competitiva e moderna, conquistando três campeonatos nos últimos sete anos. E, curiosamente, uma das grandes apostas da Portela para voltar a vencer é justamente uma peça que foi fundamental na ascensão da escola do morro do Borel: o carnavalesco Paulo Barros. Em mais uma noite de Sapucaí lotada, as duas agremiações fizeram seu último apronto para os desfiles de segunda-feira de Carnaval.
Sem Paulo Barros, que não pôde comparecer ao ensaio por problemas de ordem pessoal, a Portela apostou na emoção para arrebatar o público que lotou as arquibancadas e frisas da Sapucaí. Em vários momentos, a escola fez menção ao presidente Marcos Falcon, assassinado em setembro do ano passado. Do grito de guerra do intérprete Gilsinho, ao tripé de abertura e às bandeiras no encerramento, a escola fez questão de homenagear o seu líder e de mostrar que faria um desfile em sua memória. Com um canto alto e forte, a Portela fez um ensaio arrebatador e emocionante em muitos momentos.
No canto da pista, discreto como sempre, o presidente de honra da escola, Monarco, assistia embevecido ao desfile da Portela. E se derramou em elogios à performance de seus componentes. “Respeito demais as concorrentes, mas hoje estamos mostrando que merecemos ser campeões”, afirmou o baluarte. À frente da escola, de braços dados com o novo presidente, Luis Carlos Magalhães, Tia Surica estava visivelmente emocionada.
Atual vice-campeã, a Unidos da Tijuca mostrou a competência habitual em seu ensaio. Com um enredo que homenageia a música norte-americana, a escola deu mostras claras de que virá repleta de surpresas em suas coreografias. A comissão de frente, coreografada por Alex Neoral, chamou a atenção com a precisão nos movimentos. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Julinho e Rute, vieram caracterizados como Michael Jackson no clipe de “Thriller” e foram bastante aplaudidos.
Componentes em várias alas trouxeram passos marcados. Um dos destaques foi o grupo que fez coreografias idênticas à da cantora Beyoncé. Um dos grandes destaques do ensaio foi a bateria de mestre Casagrande, que levantou a galera com um ritmo contagiante. A despeito do samba contestado por crítica e público, as alas evoluíram com alegria. Conhecida como uma escola que costuma se preparar bem em todos os quesitos, a Unidos da Tijuca deixou bem claro que está preparada, mais uma vez, para brigar ferrenhamente pelas primeiras colocações.
A temporada de ensaios técnicos terá fim no próximo fim de semana. No sábado, ensaiarão a Unidos de Padre Miguel (Série A, equivalente ao Grupo de Acesso) e Imperatriz Leopoldinense. No domingo, acontecerá a lavagem da pista da Sapucaí pelas baianas de todas as escolas. Em seguida, a campeã de 2016, a Estação Primeira de Mangueira, realizará o teste de luz e som da Passarela do Samba.
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