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Blocos de rua

Com milhões nas ruas, blocos deixam escolas de samba em 2º plano no país

Do Rio

26/02/2017 00h40

Os blocos arrastaram neste sábado multidões pelas ruas das maiorias das cidades do Brasil no primeiro dia de Carnaval, onde brilharam dois deles: o Galo da Madrugada, com 2 milhões de foliões no Recife, e o Cordão da Bola Preta, com 1 milhão no Rio de Janeiro.

Desde as primeiras horas do dia, milhões de brasileiros fantasiados e dispostos se divertir, tomaram as ruas de centenas de cidades do Brasil para dançar e cantar atrás dos blocos.

E muitos foliões madrugaram este sábado, primeiro dia oficial de Carnaval, apesar de nos próximos quatro dias será difícil não se deparar com um bloco pela rua no Brasil.

Apenas no Rio de Janeiro estão previstos 578 desfiles de blocos no Carnaval deste ano.

Ao contrário das tradicionais escolas de samba, as gigantescas e pomposas agremiações que desfilam para um público seleto no Sambódromo, os blocos estão abertos gratuitamente a qualquer pessoa que deseje se juntar aos foliões e brincar atrás de uma banda no Carnaval.

É por isso que se tornaram na principal atração do carnaval no Brasil e roubaram o protagonismo dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, considerado o "Maior Espetáculo da Terra" e evento que mais chamava a atenção fora do país.

A vitalidade dos blocos foi comprovada hoje por dois deles: o Galo da Madrugada, reconhecido pelo Guinness Book como o maior bloco carnavalesco do mundo, e o Cordão da Bola Preta, nos seus 99 anos é considerado o bloco mais antigo do Rio de Janeiro.

O Galo da Madrugada atraiu cerca de 2 milhões de pessoas no centro de Recife, capital de Pernambuco, para um desfile onde lembrou o título que recebeu como Patrimônio Cultural Imaterial do estado e homenageou os músicos Alceu Valença e J. Michilles, dois dos mais populares do nordeste.

Os dois milhões de foliões que lotaram o centro do Recife desfrutaram de 30 trios elétricos e seis carros alegóricos.

O bloco se concentrou contra o Forte das Cinco Pontas e atraiu principalmente grupos de foliões que acostumam usar o mesmo tipo de fantasia e que seguiram o bloco em um percurso de aproximadamente seis quilômetros.

No Rio de Janeiro, o Cordão do Bola Preta voltou a mostrar sua vitalidade aos 99 anos com um desfile que atraiu um pouco mais de um milhão de pessoas no Centro da cidade.

"Quem não chora não mama. Segura meu bem, a chupeta", foram as primeiras estrofes que a banda do gigantesco bloco entoou diante milhares de pessoas fantasiadas, lembrando as bolas pretas que caracterizam o bloco.

Este bloco é famoso por interpretar principalmente as tradicionais "marchinhas", como são conhecidas as antigas músicas de carnaval que nunca saem de moda.

Os blocos também mostraram sua diversidade no Rio de Janeiro neste primeiro dia de carnaval. Na mesma hora em que 1 milhão de pessoas pulavam com as marchinhas no Bola Preta, cerca de 50 mil foliões sambavam ao ritmo do bloco Empolga às Nove, na praia de Copacabana, e outras 300 mil dançaram ao som do "funk" em outra parte da praia.

Em Salvador, que disputa com o Rio de Janeiro o título da cidade com o carnaval mais atraente, as festas não pararam desde a última quarta-feira, quando começaram os desfiles de centenas de trios elétricos por diferentes circuitos.

Na cidade de São Paulo, estavam previstos para hoje os desfiles de 41 blocos, um dos quais "Tarado Ni Você" também atraiu uma multidão com seu repertório de músicas do cantor Caetano Veloso.

Já em Belo Horizonte, o bloco "Então, Brilha!" atraiu cerca de 80 mil pessoas.