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Tubarão é fotografado 'pegando tubo' em onda em Fernando de Noronha

Tubarão foi registrado por enfermeira no domingo (27) - Arquivo Pessoal
Tubarão foi registrado por enfermeira no domingo (27) Imagem: Arquivo Pessoal

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Recife

29/09/2020 07h21

Tubarões da espécie limão (Negaprion brevirostris) foram vistos na beira da praia Cacimba do Padre, no arquipélago de Fernando de Noronha (PE), e um deles foi fotografado enquanto nadava como se estivesse pegando um "tubo" em uma onda, durante perseguição a um cardume de sardinhas. A imagem foi captada domingo (27) pela enfermeira Dandara Matias Guedes, que mora no arquipélago.

Dandara contou que foi à praia com a família e logo depois avistou a movimentação dos tubarões-limão. Segundo ela, cinco tubarões estavam atrás de um cardume de sardinhas. A cena chamou a atenção de quem estava na praia pelo comportamento dos tubarões que chegam perto da praia tranquilamente.

"Sou enfermeira da vigilância em saúde aqui de Fernando Noronha. Na minha folga de domingo, fui à praia com minha família e ao chegar, o mar estava agitado, não entramos e ficamos só olhando. Foi quando vimos os tubarões, corri, peguei a máquina e fotografei", contou Dandara ao UOL. Ela disse que foi a primeira vez que conseguiu o registro.

noronha - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Tubarão foi registrado por enfermeira
Imagem: Arquivo Pessoal

"Tinha gente surfando e tomando banho, mas eles [os tubarões] não mordem, não", disse Dandara, afirmando que não entrou no mar não por medo dos tubarões, mas porque o mar estava agitado.

O biólogo Cláudio Sampaio identificou o tubarão da foto como da espécie limão e destacou que o animal é ameaçado de extinção. Ele disse que os tubarões-limão são de grande porte, podendo alcançar até 3,4 metros de comprimento e quase 190 quilos de peso.

"Eles utilizam as águas protegidas de Fernando de Noronha (PE), do Atol das Rocas (RN) e Abrolhos (BA) como áreas de berçário, onde as fêmeas dão à luz a seus filhotes", explicou Sampaio, que é professor dos cursos de biologia e engenharia de pesca e coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação no campus Penedo da Ufal (Universidade Federal de Alagoas).

O biólogo destacou que os tubarões-limão não são considerados agressivos, mas por terem o hábito costeiro podem se aproximar de banhistas durante a busca por alimentos. Ele afirmou que deve existir cautela das pessoas na presença desses animais e recomenda que saiam da água porque há registros de acidentes.

"[Eles] Não são considerados agressivos, mas seu hábito costeiro (como podemos ver nas imagens) faz com que encontros com esses grandes peixes sejam inesquecíveis para mergulhadores", afirmou Sampaio. "Quando em atividade alimentar, recomenda-se sair da água, pois são conhecidos alguns raros incidentes envolvendo surfistas, em meio de grandes cardumes de sardinhas."

O professor destaca que o tubarão-limão é dócil, mas ao se sentir ameaçado ataca quem estiver por perto.

No ano passado, duas pessoas foram mordidas por tubarão no arquipélago de Fernando de Noronha. Um menino de 12 anos e um surfista de 31 anos — todos moradores do local.

O incidente com o menino ocorreu durante uma pescaria com anzol na praia do Porto em 4 de maio. Ele foi mordido por um tubarão-limão e teve o dedo do pé cortado, levou dois pontos e passa bem. O vídeo que mostra o momento da mordida viralizou nos últimos dias nas redes sociais.

O segundo caso ocorreu em fevereiro, quando surfista Vinicius Cavalcanti, 31, teve o rosto mordido por um tubarão enquanto surfava na praia Cacimba do Padre. Ele caiu em cima do animal e foi atacado. O surfista precisou de 33 pontos na cabeça e rosto para fechar os ferimentos.