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Como Camilla de Lucas: laces, tranças e mais dicas para a transição capilar

Camilla de Lucas falou sobre a transição capilar no "Altas Horas" - Reprodução/Instagram @camilladelucas
Camilla de Lucas falou sobre a transição capilar no "Altas Horas" Imagem: Reprodução/Instagram @camilladelucas

Universa*

30/05/2021 16h39

A influenciadora digital Camilla de Lucas participou do programa "Altas Horas" no último sábado (29) e contou sobre o processo de transição capilar. "Ainda existe muita gente que critica o cabelo crespo, eu falei: 'Dane-se, é o meu cabelo'. Estou passando pela transição capilar, de tirar a química que eu usava e deixando o meu natural crescer", afirmou. Não foi a primeira vez que ela tocou no assunto — no BBB, também já havia dito que estava recuperando os fios naturais depois de passar vários anos insatisfeita com a própria aparência.

"Sempre usei química, porque eu cresci ouvindo que meu cabelo era feio. Então, eu absorvi aquilo e por muito tempo acreditei. Quando eu comecei a trabalhar com internet, ficava com muito medo de comentários negativos", reiterou no papo com Serginho Groisman.

A transição capilar pode ser desafiadora

O processo de abandonar a química e reaver a textura natural do cabelo pode ser tortuoso e demorado — há quem passe dois, três anos ou até mais no caminho. "Não é fácil", argumentou a influenciadora sobre o processo durante o programa. Especialistas e mulheres que já vivenciaram a fase recomendam métodos que ajudam a lidar com os períodos de fios indefinidos sem balançar a autoestima.

Camilla, por exemplo, escolheu dois deles. "Quais são os métodos? Posso usar trança, como entrei no BBB, e também uso lace. Então, algumas pessoas perguntam: 'Ela está de peruca? Então significa que não aceita o cabelo dela? Não, gente. Eu aceito, amo o meu cabelo e também me amo de outras formas", afirmou ainda.

Métodos para facilitar a transição capilar

Tranças

Há diferentes estilos e uma gama de materiais para quem quer variar no acabamento. Existem as soltas, que começam rente ao couro cabeludo, e as embutidas. "Os mais comuns são o box braids, que são as tranças soltas; a Trança de Gana, que é embutida bem fininha; e a Fulani, enraizada e feita de trás para frente", explicou a trancista Paula Rebata, do Divina Afro Hairstyle, de São Paulo.

Para compor, vale usar fios sintéticos, como o jumbo, que é bem similar ao cabelo natural, ou ainda alternativas mais leves, caso do fio de seda, panamá ou mesmo lã.

São necessárias algumas horas de trabalho até que todo o cabelo fique pronto. Há quem sinta sensibilidade no couro cabeludo ao final do processo, mas depende do organismo e da técnica da trancista. Uma vez presas, duram até três meses. "A trança foi feita para cabelos crespos, cujo formato segura por mais tempo o material. Quanto menos crespo for o seu fio, menos a trança vai durar, já que a fibra sintética vai escorregando", disse a expert.

Os cuidados também interferem na durabilidade e saúde dos fios. Na hora de lavar, dilua o xampu na água e use um borrifador. "Jogue esse produto diluído na raiz do cabelo e, quando fizer espuma, enxágue com a cabeça toda embaixo da água. A espuma vai descer e lavar as tranças sem que se acumule produto", explica.

Fique de olho também na manutenção. "As versões enraizadas, por exemplo, podem precisar de manutenção a cada 15 dias. No caso das soltas, há a possibilidade de refazer apenas na frente e não no cabelo todo", finaliza.

Laces

Nem toda peruca é lace: para ganhar este nome, ela precisa ser trançada completamente ou parcialmente em tule. Assim como nos vestidos de festa, é ele quem garante o acabamento translúcido e imperceptível no couro cabeludo. Pode ser só na frente, na cabeça toda ou em divisões específicas, que facilitam o penteado.

Uma vez instalada, nome que se dá à colocação da lace, ela pode ficar por dias e ser submetida a diversas atividades, como banhos de piscina e exercícios físicos. "O que determina a fixação é a qualidade da cola. Existem as que duram três dias, quinze, até quatro semanas", explicou o hairstylist Vitor Malibu.

O cuidado com os fios varia de acordo com a procedência. Fios humanos podem ser lavados com xampu e condicionador. Também precisam receber proteção térmica antes de se modelar com ferramentas quentes. Já os sintéticos, que não apresentam as cutículas dos naturais, devem ser limpos com sabão neutro.

"Só é importante usar o secador no fundo, se for lavar a cabeça à noite, porque é preciso secar a tela para ela não ficar úmida e causar mau cheiro ou mofar o cabelo embaixo", explicou Vitor. Outro detalhe crucial é que os fios naturais, antes da instalação, também devem estar bem limpos e secos.

Finalizações para o cabelo natural

A finalização de fios com diversas texturas pode ser desafiadora. Jéssica Amaral, especialista da Clínica dos Cachos, em São Paulo, indica moderação no uso de modeladores com calor durante a transição. Ela explica que a umidade do cabelo deve ser preservada para que os cachos ganhem definição e os fios não percam a saúde. "O calor intenso do secador pode atrasar ainda mais o processo", afirmou.

Vale apostar em presos e tranças para estilizar os fios em transição. No caso dos torcidinhos, eles ainda ajudam a dar forma ondulada aos fios quanto soltos. "Também é possível recorrer a um secador em temperatura baixa com difusor e creme para ativar as ondas", afirma Jéssica.

Os produtos também importam — melhor que sejam nutritivos, mas leves. "O mais recomendado são os óleos vegetais finos. Evite o óleo de coco, por exemplo, que pode causar efeito reverso por abrir os cachos", diz cabeleireiro Charles Ribeiro, do salão Hair Factory Cachos, em Curitiba. Ativadores de ondas também são uma mão na roda. Aplique nos fios ainda molhados e amasse com o auxílio de uma toalha. Se quiser, vale refazer os cachos da moldura do rosto enrolando mechas finas nas pontas dos dedos e soltando em seguida.

*Com informações das matérias Lace é igual a peruca?, Tranças afro são boa opção para o verão; conheça os estilos possíveis e Transição capilar: como manter a autoestima na fase dos fios indefinidos?, todas publicadas em 2021.