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Asteroide gigante passa perto da Terra neste domingo

Asteroide vai passar a uma distância mínima de cerca de 2 milhões de km da Terra - Elenarts, Getty Images
Asteroide vai passar a uma distância mínima de cerca de 2 milhões de km da Terra Imagem: Elenarts, Getty Images

De Tilt, em São Paulo

20/03/2021 04h00Atualizada em 21/03/2021 12h11

Um asteroide com cerca de 440 a 680 metros de largura vai passar "próximo" da Terra neste domingo (21). Ainda que ele seja classificado como "potencialmente perigoso" pela Nasa, o risco de colisão com o nosso planeta é praticamente inexistente.

A rocha espacial batizada de 231937 (2001 FO32) será o maior e mais rápido asteroide a passar nas proximidades da Terra neste ano, proporcionando aos astrônomos "uma rara oportunidade de se observar uma relíquia rochosa que se formou no início do nosso Sistema Solar", de acordo com a Nasa. Ela atingirá seu ponto de maior proximidade com a Terra por volta das 13h (horário de Brasília).

Mas por que o asteroide é considerado perigoso se não há risco de colidir com a Terra?

Segundo o Centro de Estudos de Objetos próximos à Terra (CNEOS), da Nasa, para ganhar o status de perigoso, é necessário que a órbita de um asteroide cruze com a da Terra com uma distância inferior a 7,5 milhões de quilômetros. Além disso, a rocha precisa ter um diâmetro superior a 140 metros.

E o asteroide em questão atendeu a todos esses requisitos com sobra. Se tudo ocorrer como o previsto pelos pesquisadores, ele vai passar a uma distância mínima de cerca de 2 milhões de quilômetros de nós —o que equivale a 5,25 vezes a distância média entre a Terra e a Lua —com uma velocidade de quase 124 mil km/h.

"Essa distância é próxima em termos astronômicos, e é por isso que o 2001 FO32 foi designado um 'asteroide potencialmente perigoso'", explica o diretor do CNEOS, Paul Chodas, referindo-se ao asteroide cuja órbita ao redor do Sol ocorre a cada 810 dias.

O 231937 (2001 FO32) foi detectado por telescópios de um programa do MIT Lincoln Laboratory, financiado pela Força Aérea dos EUA e pela Nasa, em 23 de março de 2001. Desde então, sua atividade tem sido monitorada pelos astrônomos, que usaram essas informações para calcular a órbita do asteroide e determinar a que distância a rocha espacial chegará da Terra.

A próxima visita do asteroide às vizinhanças da Terra até já tem data para acontecer. Ela está prevista para 2052, quando ele passará a 2,8 milhões de quilômetros do planeta.

Outros asteroides potencialmente perigosos

De acordo com a Nasa, mais de 95% dos asteroides próximos à Terra, com tamanho similar ou maior ao do FO32 já foram descobertos, rastreados e catalogados. Nenhum deles tem qualquer chance de impactar a Terra. Pelo menos "no próximo século", conforme diz, em seu site, a agência espacial dos EUA.

O maior risco está no asteroide batizado como (410777) 2009 FD, que tem uma chance de 0,2% de atingir o planeta em 2185.

Antes disso, o asteroide 99942 Apophis, que ocupa o terceiro lugar na lista da Nasa de "objetos próximos da Terra" (NEOs) potencialmente perigosos, tem uma chance de 1 em 150 mil de colidir com nosso planeta, em 2068. Ele já fez uma aproximação de cerca de 17 milhões de quilômetros no início deste mês de março e deu a chance para que astrônomos o estudassem.

As chances são mínimas, mas, se um dia ele vier a cair na Terra, o impacto será 3.800 vezes mais poderoso do que a bomba de Hiroshima, liberando o equivalente a 1.150 megatons de TNT. Por isso, ele foi apelidado de "asteroide do juízo final".

Se você pensa que ver asteroides passando raspando pela Terra é algo raro, está enganado. Muitos desses corpos celestes passam entre a Terra e a Lua com frequência. Seus fragmentos acabam entrando na atmosfera terrestre quase que diariamente em forma de meteoros. Uma vez que alguns pedaços de rochas tocam o solo, eles passam a ser chamados de meteoritos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, o asteroide 231937 (2001 FO32) tem estimados 440 a 680 metros de diâmetro, e não um quilômetro de diâmetro. Também não procedia a comparação com a Ponte Rio-Niterói, que tem cerca de 13 km de comprimento. O texto foi corrigido.