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Seu PC tem um vírus: brasileiros ainda caem no golpe do suporte técnico

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Helton Simões Gomes

Do UOL, em São Paulo

11/11/2018 12h49

A incidência diminuiu, mas ainda tem brasileiro caindo em golpes que oferecem suporte técnico para consertar problemas inexistentes em aparelhos conectados. Uma pesquisa da Microsoft mostrou que, em 2018, as vítimas perderam dinheiro em 5% dos casos – isso significa que houve um avanço, já que, há dois anos, esse índice era de 12%.

O estudo conduzido pela Unidade de Cibercrimes da Microsoft entrevistou 16.048 adultos que usam a internet em 16 países – uma média de mil internautas por região.

No Brasil, 66% dos entrevistados disseram já terem sido abordados por alguma oferta de assistência técnica falsa – a média mundial foi de 63%. Esta edição do estudo mostra que diminuiu a quantidade de internautas que tiveram contato com alguma tentativa desse tipo de fraude. Em 2016, 72% brasileiros haviam sido abordados por criminosos.

O golpe da assistência técnica falso ocorre quando hackers se passam por profissionais de suporte de grandes empresas de tecnologia. Eles entram em contato com clientes dizendo que seus dispositivos estão infectados e que podem ajudar a deixar as máquinas livres de programas maliciosos.

O que querem, na verdade, é acessar os equipamentos de forma remota para colocar em prática outro golpe maior ou obter informações das pessoas, como conteúdo íntimo ou dados financeiros.

O contato dos golpistas é feito de diversas formas:

  • ligações telefônicas;
  • emails não solicitados;
  • sites que se abrem sozinhos;
  • janelas ou pop-ups que abrem do nada.

Os números indicam que o brasileiro passou a dar ouvidos aos golpistas, mas a cair menos nessas fraudes.

Diminuiu o número de pessoas que cortava o contato imediatamente, de 80%, em 2016 (28% não interagiram com a proposta e outros 52% simplesmente ignoraram o contato) para 77%, em 2018 (34% e 43%, respectivamente).

Só que aumentou de 7% para 19% o índice de pessoas que, ao serem abordadas por golpistas, levaram o contato adiante e quiseram saber do que se tratava. Essas pessoas perceberam o risco que corriam e não chegaram a ser enganadas.

Isso só ocorreu com 5% dos abordados. Essas pessoas, sim, tiveram alguma perda financeira por acreditar nos golpistas. Esse número, porém, é menor do que o registrado há dois anos, que era de 12%.

No mundo, há países em situação bem pior que a do Brasil. Na Índia, por exemplo, 14% das pessoas procuradas por falsas assistência técnica de hackers sofrem perdem dinheiro. Na Nova Zelândia, 78% dos internautas já receberam algum contato desse tipo – 6% dos que foram procurados por criminosos caíram no golpe.

Segundo o estudo, o país que lida melhor com o problema é o Japão. Por lá, só 35% dos internautas já tiveram algum contato com fraudes desse tipo. E, dos que tiveram, só 2% foram enganados.

O segredo para escapar de dores de cabeça com fraudes desse tipo é desconfiar sempre de contatos feitos supostamente em nome de grandes empresas que não foram solicitados previamente.