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3G, 4G e 5G: entenda a tecnologia por trás da conexão do seu celular

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

18/10/2018 04h00

O brasileiro gosta mesmo é de usar a internet pelo celular. Um estudo recente aponta que 49% dos internautas por aqui já usam mais o smartphone do que o computador para navegar. Logo, dá para imaginar o quanto a rede precisa ser bem desenvolvida, né?

É por isso que nos últimos anos temos nos deparados com a sopa de letrinhas e números que formam as tecnologias 3G, 4G, 4,5G e a tão sonhada 5G.

Sendo bem simplista, são elas as "culpadas" por todo o fluxo de acesso às redes sociais, trocas de mensagens no WhatsApp, downloads daqueles vídeos e da sua série favorita, pagamentos de contas online e mil outras coisas que fazemos com o celular.

Existem diferenças importantes entre cada tecnologia, mas quanto maior o número da rede móvel, mais rápida ela é.

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Internet 2G

Sim, existiu uma rede 1G e outra chamada 2G. Mas, elas já foram praticamenteaposentadas. A rede 2G até funciona em 5.570 municípios brasileiros, mas o tráfego de dados é bem baixo, ela é pouco usada.

O 2G tomou forma lá pelos anos 90 e permitiu, principalmente, a troca de mensagens de texto e fotos via SMS. Mas o foco era a conexão de voz -- falar e ser ouvido no telefone sem a necessidade de existir uma conexão com a internet.

Internet 3G

A conexão 3G é uma evolução da rede 2G e tem a maior abrangência no Brasil, por enquanto. De acordo com levantamento da consultoria Teleco, a tecnologia funciona em 95,8% dos municípios brasileiros.

Do ponto de vista técnico, o 3G trabalha visando a transmissão de dados de voz (tipo áudios no WhatsApp) e serviços na internet (navegação de sites, downloads e uso de aplicativos online). É uma conexão mais rápida do que a do 2G.

A média de velocidade do 3G aqui no Brasil é de 8,82 Mbps (megabit por segundo), de acordo com um levantamento divulgado no início do ano. Para você ter uma ideia, na Coreia do Sul, líder no ranking de velocidade na mesma geração de internet móvel, é de 37,54 Mbps.

Com a conexão de 1 Mbps é possível navegar em sites, redes sociais e enviar emails. Para assistir a um vídeo na Netflix, a empresa afirma que a recomendação é que a banda larga do usuário (móvel ou fixa) funcione com 5 Mbps para filmes com qualidade HD.

O 3G foi o responsável por popularizar o acesso à internet móvel no Brasil. Com o seu desenvolvimento, as empresas passaram a comercializar modens que tornaram viável o acesso à banda larga fixa para muitos brasileiros.

Internet 4G

A rede 4G, oficialmente conhecida como rede LTE (Long Term Evolution), virou a mais popular nos últimos anos. Ela já funciona oficialmente em 4.197 (75,4%) dos municípios brasileiros.

Seu diferencial é que, além de ser mais rápida, ela permite que mais gente se conecte a ela sem perder qualidade no sinal, explica o professor José Roberto Soares, engenheiro eletricista e docente da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Calcula-se que sua velocidade seja de quatro a 100 vezes mais rápida que a do 3G.

Outra diferença é que ela prioriza o tráfego de dados (áudio, texto, vídeo, foto) na internet, e não mais o tráfego de voz. A transmissão de dados funciona em uma faixa de frequência por vez.

Na maioria dos municípios, a rede funciona na faixa de 2.500 MHz e 1.800 MHz. Mas a faixa de frequência de 700 MHz, que suportava a TV analógica, está sendo aos poucos utilizada para a expansão da rede.

Imagine uma grande rodovia com vários carros. Quando uma das pistas fica com muitos veículos, os motoristas mudam de faixa para aliviar o trânsito. A internet funciona da mesma forma.

Se os dados estão trafegando em uma faixa de frequência, mas ela está congestionada, eles migram para a outra faixa para tentar equilibrar a velocidade de transmissão.

Até maio deste ano, os celulares ativos nas operadoras com conexão 4G somavam 115.663, segundo cálculos da Teleco. Ao utilizar a nova faixa de frequência, a expansão do 4G será mais rápida e terá um custo menor, já que a estrutura está disponível.

O mesmo estudo que apontou a velocidade média da internet móvel no Brasil (e em outros 87 países) citado acima apontou que o 4G atinge uma média de 19,67 Mpbs. Só para lembrar, a média do 3G no mesmo período foi de 8,82 Mbps. E Singapura, o primeiro colocado na lista de países, ficou com 44,31 Mbps.

Internet 4G+ e 4,5G

Há uma linha que acredita que a nomenclatura é mais marketing do que tecnologia. No entanto, é a rede 4,5G é um pouco melhor do que as anteriores, de fato, de acordo com os especialistas.

O 4G+ e 4,5G se referem ao padrão LTE Advanced, formalizado em 2011 por um grupo internacional que determina padrões de telecomunicações. Por isso, são a mesma coisa.

A tecnologia trabalha com múltiplas faixas de frequência ao mesmo tempo, ao contrário do 4G, o que permite uma velocidade ainda maior.

Em termos de velocidade, a tecnologia pode registrar no mundo ideal (ênfase para o ideal) até 1 Gbps de velocidade. Na prática, ainda não se sabe se chega a tudo isso, mas tem potencial.

Apesar de promissora, ela precisa ser compatível com o celular, o que ainda não é muito comum. Além disso, as operadoras precisam estar dispostas a investir na expansão do 4G+/4,5G, o que não deve acontecer tão cedo em grande escala.

De modo geral, a operadora Claro é a empresa que se destaca por entregar uma internet 4G mais rápida, de acordo com dados da Open Signal. Testes feitos, indicam que a rede consegue downloads de até 28,18 Mbps.

Internet 5G do futuro

A proposta do 5G é tornar tudo conectado ao mesmo tempo com uma internet rápida e de qualidade. Carros, geladeira, máquinas de lavar, celulares, câmeras de segurança e tantos outros eletrônicos.

Vários testes já estão sendo feitos para tornar viável a expansão da tecnologia 5G. A expectativa é que ela se torne realidade em 2020.

Calcula-se que a rede 5G ofereça uma velocidade de download de 10 a 20 vezes mais rápida do que temos hoje.

"Pagamento de contas, pedidos de comida, transporte e mensagens. Tudo acontece pelo smartphone. Esse comportamento está forçando marcas e empresas a qualificarem a experiência que oferecem aos seus clientes no meio móvel", destaca Samantha Carvalho, professora da estratégia mobile da pós-graduação da ESPM.

O 4,5G é uma melhoria do sistema que já temos, mas o 5G representa uma nova era inteira, explica André Miceli, coordenador do MBA em Marketing Digital da Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista ao UOL Tecnologia.

"A ideia é que a performance mude drasticamente. Falamos aqui não somente de uma velocidade muito maior e uma latência muito menor, mas de um mundo conectado, o que chamamos de a internet das coisas", afirmou.

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