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BBB 22: Por que o termo 'traveco' é pejorativo e não deve ser usado?

Colaboração para Splash, em São Paulo

21/01/2022 11h40

Na noite da última quinta-feira, Rodrigo Mussi revoltou os colegas de confinamento ao usar um termo pejorativo para se referir a travestis. Em conversa no quarto Lollipop do "BBB 22" (TV Globo), o brother comentou que não conseguia esquecer uma história que Eliezer contou sobre "o p*nto de um 'traveco'". O comentário foi rapidamente repreendido e Scooby e Vyni aconselharam Rodrigo a procurar Linn da Quebrada e pedir para ela explicar os motivos do termo não ser adequado. No confessionário hoje, Vyni comentou sobre a conversa que teve com Rodrigo e enfatizou que "é conversando que a gente aprende."

No jardim agora há pouco, Rodrigo seguiu o conselho e foi perguntar para Linn o que ela achava sobre o termo. Linn teve o cuidado de escutar a dúvida de Rodrigo e ensiná-lo sobre a forma certa de se expressar. Confira a conversa:

"Não pode mais ser aceito como normal mas eu achava que era. Eu soltei uma palavra que você tem lugar de fala para me ajudar. Falei a palavra traveco, daí vim aqui perguntar para você se era ofensivo", comenta Rodrigo, no que Linn responde:

"Traveco é utilizado nesse lugar pejorativo. Acho que a gente até sabe mas também não se ligue porque isso acaba se tornando um hábito de se referir. Sim, porque é pejorativo".

linn e rodrigo - Reprodução/Globoplay - Reprodução/Globoplay
BBB 22: Rodrigo usa termo pejorativo e Scooby e Vyni o aconselham a pedir ajuda a Linn da Quebrada
Imagem: Reprodução/Globoplay

No Twitter da cantora, as administradoras - que também são travestis - confirmaram a explicação de Linn da Quebrada sobre o termo 'traveco'.

E você? Sabe por que se referir a travestis como 'traveco' não só não é aceitável, como também é considerado uma ofensa? O Splash explica!

Antes de começar a explicar os motivos desse termo ser ofensivo, é preciso que você entenda que travestis são pessoas que, por não se identificarem com o gênero de nascimento, optam por assumir um gênero diferente do que foi designado. Mesmo sendo exclusivamente feminino, travestis têm uma identidade de gênero própria. Ou seja, a pessoa pode não se identificar como mulher, mesmo que sua aparência pareça ser feminina. Lembrando que existem travestis que não se identificam como mulheres, assim como existem mulheres trans que se identificam como travestis. Lembra do discurso da Linn da Quebrada na dinâmica de grupo?

"Não sou homem, nem sou mulher. Sou travesti"

Em sua fala, Linn reforçou uma mensagem importante dentro da comunidade LGBTQIA+: a de que você pode e deve usar o termo travesti para se referir a elas. Ao longo dos anos, essa palavra passou a ser relacionada à marginalização ou prostituição, o que levou muitas pessoas a usá-la de forma a dar um novo significado, reforçando que travestis são pessoas e merecem respeito. É também uma luta política, de busca por igualdade e dignidade.

Agora que você entendeu o principal conceito, vamos à explicação do uso da palavra 'traveco'. Na língua portuguesa, o diminutivo 'eco' normalmente acrescenta uma conotação pejorativa e negativa à palavra. Além disso, o termo invalida uma luta de anos travada em prol de conseguir o respeito e a dignidade que travestis merecem. Em suas conversas, não utilize 'traveco' para se referir a elas. Troque por LGBTQIA+ ou, simplesmente, por travesti. Na dúvida, pergunte por qual pronome e de qual forma a pessoa deseja ser chamada e pronto.

Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo

Não, você não leu errado. De acordo com a ONG Transgender Europe (TGEU), que monitora 71 países e trabalha pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, o Brasil é o país que mais mata LGBTQIA+ no mundo. Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), só em 2020, foram relatados 175 assassinatos de pessoas transexuais no país. Esses números só pioram, principalmente com o aumento da transfobia e homofobia no Brasil.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 8 votos a 3, que qualquer ato preconceituoso contra homossexuais e transexuais será enquadrado como crime de racismo, o que resulta em pena de 1 a 3 anos de reclusão. A criminalização da homofobia e transfobia prevê que:

  • "Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • A pena será de um a três anos, além de multa;
  • Se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • E a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Mais uma vez é importante ressaltar que travestis merecem ser tratadas com respeito e dignidade e, na dúvida, converse com elas antes de expressar qualquer pensamento ou sentimento que possa machucá-las.

BBB 22: Qual o participante mais odiado da edição do reality global?

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