Publicidade



Nova convocação

A última convocação dos "estrangeiros" para a partida contra a Argentina agradou mais do que as anteriores. Emerson, Mauro Silva e Juninho Pernambucano não são jogadores ideais para o meio-campo, mas não há outros superiores. No futebol brasileiro, não existe um único jogador excepcional nessa posição. Essa é nossa grande deficiência, já que é uma posição importante na equipe.

Houve uma divisão de funções nesse setor, entre os armadores defensivos (volantes), que só marcam, e os armadores ofensivos (meias), que somente armam e atacam. Há poucos jogadores brilhantes que exercem as duas funções. Vampeta e Juninho Pernambucano são os melhores.

Os técnicos brasileiros desprezam o bom passe do volante. Acham que sua função é só de tomar a bola e entregá-la para o companheiro mais próximo. São incapazes de dar um passe de mais de dez metros de distância. Um bom ataque começa com passes rápidos e eficientes do volante. Se possível, pra frente. Ainda mais em função de os meias e atacantes serem muito marcados.

Espero que o Vampeta seja convocado no lugar do Tinga. Esse e Eduardo Costa são bons jogadores, mas não têm experiência e qualidade para serem titulares. Não se justifica também a presença do bom e experiente Leonardo. Em sua posição, há outros, melhores. A não ser que o Leonardo seja experimentado na posição de volante, principalmente contra equipes que atuam muito na defesa.

Gostei também das convocações do Marcelinho Paraíba e do Denílson. Contra o Paraguai, Marcelinho não foi brilhante, mas foi eficiente. É habilidoso, veloz e finaliza bem. Com seus dribles, Denílson é uma boa opção para se atuar no contra-ataque. Provavelmente será essa a postura tática da seleção contra a Argentina.

Prefiro o Serginho ao Júnior, mas é pouca a diferença. Ambos são excelentes. No momento, o goleiro Rogério merece mais a convocação do que o Dida, que há muito tempo não joga.

Sem Romário e Ronaldo, da Inter, Élber é o mais experiente dos típicos centroavantes. Ainda acredito no França na seleção. Está cada dia melhor. É um jogador inteligente, que passa e faz gols. A torcida do São Paulo não pensa assim.

Há muitas críticas corretas aos zagueiros Roque Júnior e Cris (provavelmente será convocado), mas não há outros melhores, com exceção do Antônio Carlos, que também não é lá essas coisas.

Vamos aguardar a convocação dos brasileiros para essa difícil partida contra a Argentina. Mesmo se perder, o Brasil terá todas as chances de se classificar.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
para ler colunas anteriores, clique aqui.





P.Prezado Tostão, você não acha que estamos carentes de bons técnico? Que o nosso último grande técnico foi o Telê Santana?
Naidemir Freitas


R.Caro Naidemir, concordo com você. A média dos técnicos brasileiros é ruim. Há poucos excelentes. Felipão é um deles. Mas nada excepcional. Telê Santana foi uma exceção. Parreira e Zagallo têm seus defeitos e virtudes, mas mostraram que são competentes. Luxemburgo foi excelente técnico nos clubes, mas uma decepção na seleção.

P.Tostão, hoje, um time é montado e, seis meses depois, desmanchado (antigamente a gente sabia a escalação na ponta da língua). Esse hábito tem sido tão incorporado que não há treinador que consiga manter uma base. Acredito que o nível do nosso futebol tem caído devido a esse fato, e não por ausência de material humano. O que você acha disso?
Francisco Moreto


R.Caro Francisco, você tem toda razão. A falta de conjunto e de formação de uma equipe é hoje um problema muito mais importante para o futebol brasileiro, especialmente para a seleção, do que a qualidade dos jogadores. Mesmo os grandes atletas só brilham quando jogam em equipes organizadas.