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Mengo campeão

Depois de ganhar o título carioca contra o poderoso Vasco, o Flamengo venceu a Copa dos Campeões. Nenhuma surpresa. Foi, novamente, um jogo com belíssimos gols.

O Flamengo talvez tenha hoje a melhor equipe do Brasil. Os outros times têm dois ou três excelentes jogadores. O Flamengo tem um número maior de jogadores diferenciados, como Gamarra, Júlio César, Petkovic, Edilson, Juan e outros. Não vou dizer que estão em nível de seleção, porque, hoje, qualquer jogador mediano atua no time brasileiro.

Ao contrário do que queria o técnico Zagallo, o Flamengo jogou muito recuado no jogo final. Tentou somente o contra-ataque, sem sucesso. Os dois gols saíram de bolas paradas, graças ao talento magistral do iugoslavo.

Se o São Paulo fosse mais ousado desde o início e marcasse a saída de bola, poderia intranquilizar o Flamengo e conquistar o título. Os times brasileiros não sabem fazer essa marcação. O Grêmio foi uma exceção na partida contra o Corinthians, na final da Copa do Brasil.

Se o Flamengo não relaxar, mantiver o técnico, os mesmos titulares e ainda reforçar o elenco (faltam bons reservas no meio-campo), será um dos mais fortes candidatos ao título brasileiro.

Copa do medo
Ninguém duvida da eficiência da mega operação policial de proteção aos participantes da Copa América. Porém, esse não é ambiente para se disputar uma competição esportiva.

A Copa América deveria ser cancelada não somente por esse motivo, mas também por problemas técnicos. Não faz sentido realizá-la no ano de eliminatórias para a Copa do Mundo, nem durante as férias de jogadores "estrangeiros". Todas as equipes estão bastante desfalcadas.

A Copa deveria ser de quatro em quatro anos, como a da Europa. A realização, nesse momento, só atende a interesses políticos e financeiros. É a constatação de que, hoje, o futebol é, antes de tudo, um grande negócio.

Por tudo isso, a atitude do Mauro Silva merece, no mínimo, o nosso respeito. Ele teve coragem para dizer não. Se fosse outro jogador, poderíamos até duvidar de seus motivos. Mauro Silva é um atleta diferenciado fora de campo e inteligente. Tem consciência crítica.

Pode se criticar a decisão do jogador (há vários pontos negativos, como o momento e local da comunicação ao técnico), mas não se pode tratá-lo como um medroso e desertor. Pelo contrário, ele é um exemplo para os outros jogadores.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
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P.Prezado Tostão: como explicar o Denílson novamente na seleção? É brincadeira?
José Carlos Braga


R.Caro José Carlos, também não me entusiasmo com a presença do Denílson na seleção. A justificativa do Felipão é a de que vai experimentar um esquema tático com dois jogadores velozes e dribladores pelas pontas. O técnico acha que Denílson vai se dar bem nesse esquema. Vamos aguardar.

P. Tostão, fiquei um pouco chateado com o Luiz Felipe Scolari. Estava esperando a convocação do Djalminha para formar o meio-de-campo da seleção com o Juninho. Será que o Djalminha tem tantos desafetos dentro da CBF para nunca ser convocado?
Winston Tristão Jr.


R.Presumo que o Felipão não gosta da maneira irreverente do Djalminha, dentro e fora de campo. Na mesma posição, há também outros excelentes jogadores, como Alex e Rivaldo. Todos têm virtudes e defeitos. Prefiro o Rivaldo jogando mais na frente, pela esquerda, e o Djalminha armando pelo meio. Os dois jogaram juntos, com sucesso, no Palmeiras.