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Ano pouco promissor

Neste início de temporada, as principais equipes brasileiras estão piores ou iguais às do ano passado. Acabaram as grandes contratações. Não há dinheiro.

Em março, termina a lei do passe. No fim dos contratos, os jogadores poderão atuar nos clubes que quiserem. É o fim da escravidão.

Se o Vasco mantiver o Romário, os dois Juninhos e o Euller, será favorito em todas as competições, inclusive na Copa Libertadores. Flamengo e Fluminense estão no mesmo nível técnico, abaixo do Vasco. O Fla, com todos os titulares, tem melhores jogadores, mas o Flu, mais conjunto.O Botafogo, nem uma coisa, nem outra. Terá poucas chances de ser campeão.

Em São Paulo, com exceção da Portuguesa, todos os grandes pioraram. O Corinthians tem bons jogadores em algumas posições e ruins em outras. O Palmeiras contratou Alex (voltou a brilhar), Claudecir, mas perdeu o Arce. Tuta também está fazando falta. Marco Aurélio quer mudar o estilo marcador do time do ano passado, mas não sabe como.

Como no ano anterior, o São Paulo agrada e desagrada. A torcida, com razão, não confia na equipe. O Santos começou bem, mas é uma incógnita. Piorou individualmente. A Portuguesa, Ponte Preta e Guarani têm chances de disputar o título paulista.

Em Minas, o Cruzeiro contratou bons jogadores (Bosco e Jorge Wagner), mas perdeu outros bons (Donizete e Fábio Júnior). Ficou na mesma. Como acontece há muito tempo, o time disputará os principais títulos.

O Atlético contratou jogadores medianos para substituir outros do mesmo nível. Pela tradição, sua imensa e fiel torcida e por causa da mística, mesmo se não tiver um excelente time, o Galo será capaz de brilhar.

Se mantiver o Ronaldinho e, agora, com o bom Marcelinho (ex-São Paulo), o Grêmio ficará mais forte. No Inter, nada de novo. É um time modesto, mas guerreiro e com tradição.

As principais equipes de Pernambuco, Bahia, Goiás e Paraná estão no mesmo nível dos grandes e tradicionais times do Brasil. Já se foi o tempo em que era zebra um desses times vencer e convencer no Maracanã, Mineirão, Morumbi, Beira Rio e em qualquer outro estádio.

Espero que a queda na qualidade dos times não repercuta na seleção brasileira. Além de confirmar a classificação, o Brasil precisa formar um bom conjunto neste ano. Somente assim terá grandes chances de ganhar a Copa de 2002.

Tostão escreve no UOL Esporte com exclusividade às quintas-feiras;
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P.Tostão, sou palmeirense, mas, como amante do futebol, não entendo a decadência do Flamengo. Eu adorava ver Zico, Junior, Adílio etc!!! Acho que falta o futebol romântico, aquele do amor à camisa, não é?
Daniel Giusti


R.No ano passado, falava-se que faltavam craques ao Flamengo. O clube gastou uma fortuna e não resolveu o problema. Os jogadores não eram craques, como se pensava, e ocupavam o mesmo setor do campo. O time agora voltou ao que era antes das contratações. É uma equipe mediana, que pode melhorar muito. A melhor solução para o Flamengo e para os clubes brasileiros é investir mais nas categorias de base.

P. Você não acha que por serem as sedes da CBF e do TJD no Rio de Janeiro isso faz com que todas as decisões, e isso há anos, favoreçam sempre as equipes cariocas? Não seria mais justo levá-las para Brasília e fazer sua composição com pessoas de todos Estados brasileiros? Abraços.
Danilo Prociuk (São Bernardo do Campo)


R.Teoricamente independente, o Supremo Tribunal de Justiça Esportiva funciona na sede da CBF. Não há dúvidas de que a proximidade dos dirigentes da CBF com os do Rio faz com que interesses se misturem. Por outro lado, em Brasília haverá pressão dos políticos de todo o Brasil, defendendo interesses de clubes de seus Estados. A solução só virá quando o país e a sociedade mudarem e as pessoas passarem a defender o interesse público.