Naming rights, pero no mucho

Rodada do Brasileirão tem estreia de naming rights na Globo, mas com parcimônia

Pedro Lopes Do UOL, em São Paulo Reprodução/Premiere

Na rodada desse fim de semana, o Corinthians atuou pela primeira vez em sua rebatizada casa. O empate em 2 a 2 com o Botafogo no sábado foi a primeira partida depois da venda dos naming rights do estádio alvinegro, agora batizado de Neo Química Arena. A Hypera Marcas investiu R$ 300 milhões para dar nome à antiga Arena Corinthians.

O confronto foi cercado de expectativas comerciais - pela primeira vez a Globo fechou um acordo com os clubes brasileiros para citar na transmissão o nome das arenas que tiveram seus naming rights negociados. Até então, a emissora não falava o nome das marcas - o Allianz Parque, casa do Palmeiras, era Arena Palestra, por exemplo.

O acordo produziu efeitos no sábado, mas eles foram limitados. A transmissão da Globo mostrou bastante parcimônia ao citar o novo nome do estádio do Corinthians. O narrador Jader Rocha abriu os trabalhos no Premiere referindo-se ao local como "Neo Química Arena", mas foi a única vez que alguém da equipe citou a empresa diretamente. Nas legendas, o nome apareceu em três ocasiões.

Logo no início da transmissão, o repórter José Renato Ambrósio informou sobre a venda do naming rights a uma "empresa do ramo farmacêutico". Também foi mostrada uma imagem do telão do estádio com o logotipo da Neo Química Arena.

Durante a partida, a equipe de transmissão da Globo se referiu ao estádio como "estádio do Corinthians" e "arena do Corinthians" em mais de uma ocasião.

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Thiago Ribeiro/AGIF

Flamengo começa a engrenar, mas Gabigol e Dome batem cabeça

No Maracanã, o Flamengo começou a engrenar na defesa do título brasileiro e venceu o Fortaleza por 2 a 1 no sábado, mas polêmicas que cercaram o confronto foram suficientes para deixar o torcedor rubro-negro de sobrancelha levantada.

Adepto do rodizio de titulares, Doménec Torrent optou por iniciar o confronto com Gabigol no banco. O treinador justificou a opção afirmando que, por sua análise, Pedro encaixaria melhor com o estilo de jogo do Fortaleza.

Dome lançou mão de Gabriel na segunda etapa, e o artilheiro rubro-negro entrou e decidiu, marcando o gol da vitória. Com 71 gols em Brasileiros, o atacante está agora no 17º lugar na lista dos maiores goleadores da era dos pontos corridos (desde 2003).

Gabigol deixou o campo revoltado após o apito final, discutiu rispidamente com um dos auxiliares de Torrent e foi direto para o vestiário. "Foi decisão técnica. É normal. Ninguém aqui no Flamengo para mim é mais importante do que todo o grupo. Estamos muito felizes com Gabi, não só por ser artilheiro, ele jogou muito bem. Quando analisei o jogo do Fortaleza, eu decidi jogar com o Pedro", disse Dome.

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VAR volta a ser motivo de polêmicas no Brasileirão

Como tem sido frequente no Campeonato Brasileiro, o VAR voltou a ser foco de polêmicas na oitava rodada. No sábado, na Neo Química Arena, o Corinthians teve um pênalti marcado a seu favor pelo árbitro Rafael Traci, que optou não consultar o VAR. Na segunda etapa, em lance bastante parecido, resolveu analisar o vídeo e acabou anulando um gol do alvinegro paulista.

Neste domingo, na vitória do São Paulo por 3 a 1 sobre o Fluminense, nova polêmica. Em dividida dentro da área entre Igor Vinicius e Luccas Claro, o VAR entrou em ação por mais de quatro minutos para analisar o lance. O comentarista Paulo Cesar de Oliveira, da Globo, chegou a classificar a interferência do árbitro de vídeo como "indevida", mas minutos depois uma nova imagem mostrou que o juiz havia marcado pênalti. A decisão foi revertida para falta de ataque.

A grande interferência da rodada ocorreu no empate em 2 a 2 entre Internacional e Bahia. Foram dois gols anulados e dois pênaltis marcados com consulta ao VAR, um para a cada lado. A Infração marcada em favor do clube gaúcho, líder do campeonato, foi bastante contestada pela equipe baiana.

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Blogueiros criticam o VAR

"O recurso de vídeo não tem sido usado desta maneira em nenhum outro lugar no mundo. É só no Brasil. Os caras sequestraram o futebol"

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Julio Gomes, Blogueiro do UOL

"Diante dessas distorções típicas de quem parece não entender a dinâmica de um esporte para o qual se prepararam com o intuito de arbitrar partidas, não há VAR que dê jeito. Os homens do apito brasileiro desafiam até as imagens, porque para muitos deles esses esbarrões são falta"

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Mauro Cezar Pereira, Blogueiro do UOL

"Vejo que já passou da hora de o protocolo atual do VAR ser revisado. Caso contrário, aqueles que fazem campanha anti-tecnologia no esporte acabarão vencendo e perderemos esta fundamental ferramenta no futebol"

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Milton Neves, Blogueiro do UOL

Kely Pereira/AGIF

Santos x Ceará, jogo de seis expulsões

No Castelão, a bola rolando não foi a principal história da noite de sábado na vitória por 1 a 0 do Santos sobre o Ceará. Não necessariamente pelo uso do VAR, a arbitragem roubou a cena e foi o principal assunto da noite no confronto de apenas um gol.

O juiz Wagner Reway mostrou nada menos do que cinco cartões amarelos e seis cartões vermelhos. Nos 90 minutos, Luan Peres e Alison, do lado dos paulistas, e Samuel Xavier e Bruno Pacheco, pelos mandantes, foram expulsos.

Não parou por aí: as expulsões continuaram depois do apito final. O técnico Guto Ferreira, do time da casa, recebeu cartão vermelho já com a partida encerrada, assim como o meia Leandro Carvalho. No total, foram três atletas do Ceará, seu treinador e dois jogadores do Santos.

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Frases da rodada

"Foi uma decisão técnica, mas é normal. Ninguém é mais importante do que o grupo. Estamos felizes com o Gabi, é o nosso artilheiro, mas quando analisei o jogo com o Fortaleza, decidi manter o Pedro porque estava feliz com a atuação dele. Gabi nos ajudou muito saindo do banco. É um ganhador. Mas nem o Gabi e nem ninguém vai jogar todos os jogos. Nem Rodrigo, nem Filipe..."

Doménec Torrent, técnico do Flamengo

"A cobrança é normal. Em um clube da magnitude do Corinthians você está sempre pressionado. Já ouvi que meu cargo estava em jogo em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto. Agora estamos em setembro e continuo ouvindo isso. Uma hora alguém vai acertar, faz parte do futebol. Quem tiver essa chamada que o treinador do Corinthians vai sair continue repetindo, porque uma hora acerta. Faz parte do jogo"

Tiago Nunes, técnico do Corinthians

"Foi o melhor presente que eu já ganhei na minha vida [a renovação de contrato]. Se a torcida deposita muita confiança em mim é porque eu tenho potencial para demonstrar o meu serviço dentro de campo"

Gabriel Veron, atacante do Palmeiras

Ramon e Diniz, os estranhos no ninho dos técnicos gringos

A vitoriosa passagem de Jorge Jesus pelo Flamengo no ano passado exacerbou o debate sobre uma possível superioridade dos treinadores estrangeiros em relação aos brasileiros. Neste contexto, muitos falaram apontam a presença de três clubes comandados por "gringos" brigando no topo da tabela do Brasileirão: o Internacional do argentino Coudet, o Flamengo do catalão Doménec Torrent e o Atlético-MG do também argentino Jorge Sampaoli.

Se é verdade que as três equipes tiveram um bom começo de campeonato, é prematuro falar em dominância ou hegemonia: há, na briga entre gringos, dois "estranhos no ninho" brasileiros, nos quais pouca gente apostava antes do começo da competição: Fernando Diniz, com o São Paulo, e Ramón, com o Vasco.

Diniz foi severamente contestado depois da eliminação precoce para o Mirassol no Campeonato Paulista. Mesmo sem jogar um futebol de encher os olhos, o São Paulo reagiu, acumula quatro vitórias nas últimas cinco partidas - uma delas em clássico contra o Corinthians - e briga não só pelo G4, mas pela liderança do Brasileirão.

Já o Vasco surpreende com o trabalho de Ramón e embalado pela forma impressionante do artilheiro argentino Germán Cano. O jogador marcou cinco vezes em sete confrontos até agora pelo Brasileirão e tem 14 gols em 21 partidas na temporada - média de 0,67 gol por jogo.

Diogo Reis/AGIF

Palmeiras se recupera com juventude e encarará Corinthians

Com o trabalho cada vez mais contestado pela torcida do Palmeiras, Luxemburgo ganhou com fôlego com a vitória do alviverde por 2 a 1 sobre o Red Bull Bragantino na manhã desse domingo, em Bragança Paulista. Para vencer, Luxa contou com colaboração maciça de jovens promessas da base palmeirense.

Gabriel Veron voltou de lesão - não jogava desde março - e marcou um gol decisivo para a vitória. Além dele, estiveram em campo Wesley, Patrick de Paula, Gabriel Menino e Danilo, que fez sua estreia com a camisa alviverde.

É apostando na base que o Palmeiras terá pela frente, na busca por recuperação, o clássico diante do tarimbado Corinthians, na próxima quinta-feira (10), na Neo Química Arena. Na recém-batizada casa corintiana, os jovens alviverdes vão encarar nomes experientes como Cássio, Jô e Gil.

Com ambos os técnicos pressionados pelas torcidas, o clássico tem tudo para ser um motor de novas histórias que serão contadas na nona rodada do Brasileirão.

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