Gottino faz o seu caminho

Apresentador começou no esporte como Faustão e Datena. Após passagem pela CNN, está de volta à Record

Beatriz Cesarini e Karla Torralba Do UOL, em São Paulo Divulgação

Quem vê Reinaldo Gottino com seu terno e gravata impecáveis na televisão pode nem imaginar que um dos nomes mais falados nas últimas semanas do jornalismo televisivo já levou para a casa dos telespectadores bola na rede, brigas de torcida e títulos no futebol. Gottino nasceu no esporte e na rádio.

Antes de parar na bancada dos telejornais, cobriu Palmeiras, São Paulo, Corinthians e até parou na delegacia ao ser atacado por cambistas. Como os jogadores de futebol que ele acompanhava, Gottino também "anunciou a aposentadoria" dos campos. Saturado da rotina do jornalismo esportivo, trocou de área. Foi a primeira de muitas mudanças na carreira de Gottino.

"O esporte e o rádio são duas escolas que te preparam pra fazer qualquer coisa na televisão. Se você buscar, Faustão: fez rádio e esporte. Aí, você vai buscar o Datena: fez rádio, fez esporte".

A lista das grandes coberturas da carreira tem Jogos Olímpicos e tragédias como a da Chapecoense e a da Boate Kiss, incluindo algumas eleições. Fazendo tudo isso, comandou o Balanço Geral, da Record, que vencia a Globo na audiência, principalmente por um quadro de entretenimento focado na vida das celebridades.

A última das mudanças foi há menos de uma semana. Gottino deixou a CNN após oito meses no canal fechado e está de volta à Record. O bate-papo com o UOL aconteceu antes mesmo do retorno à antiga emissora. Na conversa, o âncora falou sobre esporte, o time do coração, carreira, religião e temas mais delicados, como a polêmica com Gabriela Prioli.

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O retorno para a Record

Reinaldo Gottino conversou com o UOL na última quarta-feira (27) na hora do almoço, antes de o jornalista seguir sua rotina normal a caminho da CNN. Nem ele mesmo imaginava que a carreira teria outra mudança rápida. Três meses depois da estreia na emissora norte-americana no Brasil, Gottino foi anunciado pela Record. Aconteceu na sexta-feira (29), dois dias depois dessa entrevista. Ele voltou a falar com a reportagem, por telefone, sobre a surpresa.

"O que aconteceu foi o seguinte: uma proposta, um convite para retornar e eu sigo muito o meu coração. Achei que foi interessante. Abri uma conversa com o pessoal da CNN para poder voltar à emissora em que eu trabalhava. A Record me ligou na quarta-feira à noite para perguntar se a gente poderia conversar, porque eles gostavam muito do trabalho que eu fazia lá. Tinha muita gente me querendo de volta ali, os telespectadores também. Eu criei uma relação muito boa, a gente formou um programa legal e agora estamos voltando nos próximos dias", explicou Gottino, que ainda não tem uma data fechada para a reestreia.

O âncora ressaltou que a conversa com a antiga emissora foi rápida e que nem mesmo ele esperava o desfecho. "Eu achei muito legal e interessante a possibilidade do retorno, acredito que a conversa foi bem legal. Conversei com o pessoal da CNN também sobre essa possibilidade e eu decidi mudar, decidi voltar. Não estava rolando nada antes. Teve uma conversa lá atrás, mas foi tudo acontecer mesmo na quarta-feira à noite. Eles me ligaram na quarta".

Queria dizer que a CNN é uma experiência inesquecível, que eu jamais vou esquecer. É uma experiência incrível. Um projeto grandioso, muito legal, interessante, muito forte. Acho que fiz bem o meu trabalho ali, tive um papel importante na instalação da emissora e agora nesse começo. Minha expectativa é retornar para a TV aberta, um outro público, é muito legal poder voltar para uma emissora que eu vivi muitas experiências boas".

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A investigação que "salvou" Vágner Love

Antes de virar um dos âncoras mais disputados da TV brasileira, Reinaldo Gottino teve de se dividir em dois trabalhos para chegar às telas. Na TV Gazeta, trabalhava meio período conciliando com o turno na rádio CBN/Globo. Logo, o jornalista esportivo ganhou destaque com matérias investigativas. Uma delas, quem diria, "salvou" Vágner Love, então jogador das categorias de base do Palmeiras.

Tudo começou quando o repórter recebeu uma ligação de uma namorada de jogador com a denúncia de que os atletas da base palmeirense não estavam sendo alimentados direito e passavam dificuldades. "Não tinha câmera escondida. Eu marquei pra fazer a reportagem às 6h", recordou Gottino.

"A gente mostrou os jogadores do Palmeiras das categorias de base numa situação bem difícil. Mudou a vida dos caras, porque o Palmeiras, depois dessa denúncia de maus tratos aos jogadores, alugou apartamentos pros atletas. Entre eles estava quem? Vágner Love, que, depois, se tornou um grande jogador", completou.

A repercussão da matéria foi tão grande que fez Reinaldo Gottino, ainda no começo da carreira, ser efetivado como repórter da TV Gazeta. "Foi uma reportagem bombástica. Aí, os caras não tiveram jeito. Falaram: 'Meu, pega o menino. Deixa o menino trabalhando'. Eu fui efetivado. Fiquei seis anos também trabalhando na TV Gazeta".

As histórias de Gottino no esporte

Reuters

Felipão mandou "quebrar" Edílson

Gottino acompanhou o Palmeiras na TV Gazeta em 2000. Incluindo um Palmeiras x Corinthians na Copa Libertadores. "Gravei uma conversa do Luiz Felipe Scolari com os jogadores do Palmeiras pedindo pra quebrar o Edílson. Fala até uns palavrões. Eu cheguei no treino e gravei. Foi a primeira bomba da minha carreira no jornalismo esportivo. As emissoras pediam o áudio. Isso chamou muito a atenção".

Reinaldo Canato/UOL

A confusão com os cambistas

No Morumbi, a enrascada foi em uma reportagem sobre cambismo. "Fui descoberto porque eu não tinha câmera escondida. O meu cinegrafista ficou escondido e eu fui descoberto. Eles partiram pra cima. Só que eu tenho 1,91 m de altura. Rolou confusão, deu polícia, todo mundo foi parar na delegacia. Na época, me tornei um embaixador contra o cambismo. Os caras falavam: 'Olha o cara que lutou com os cambistas'".

Peter Leone/AE

Fugindo de seguranças no show do Ira!

Gottino não perde uma festa, ainda mais com show de uma de suas bandas preferidas. Um dia, em um evento do São Paulo, teve de se livrar de seguranças. "Era uma festa para poucas pessoas. A gente ficou bem perto da banda. Era o Ira!. Eu era fã. Não aguentei, subi no palco, abracei o Nasi, cantei Núcleo Base. 'Eu quero lutar, mas não com essa farda'. Meu, daqui a pouco eu vejo o segurança subindo, aí eu pulo".

ANDREW WINNING/REUTERS

Globo x Record

Criado no esporte, atualmente Reinaldo Gottino está longe das coberturas diárias de clubes que um dia foram sua rotina. Na Record, estreou em 2005 fugindo do esporte. O irônico é que sua chegada coincidiu com uma mudança da emissora justamente em direção a algumas competições.

A Record passou a se dedicar aos grandes eventos olímpicos. Transmitiu Olimpíadas de verão e de inverno e Jogos Pan-Americanos. A voz e o rosto de Gottino estavam presentes em todos. Depois dos Jogos de Londres, em 2012, no entanto, o destaque, mesmo para essas competições mais grandiosas do esporte diminuiu. Para o âncora, isso se dá pela postura das outras emissoras. Nesse caso, principalmente a Rede Globo.

"Vou dar um exemplo: Jogos Pan-Americanos. É um evento muito legal, o brasileiro ganha muita medalha. Só que se a emissora X não está transmitindo, não dá importância nenhuma. As outras emissoras, por consequência, acabam fazendo a mesma coisa. Aqui no Brasil, a gente vê meio que uma independência. Se o evento é meu, eu dou importância. Se o evento não é meu, eu o jogo num lugar de descrédito. Eu acho isso muito ruim. Eu percebi isso ao longo do tempo, ao longo da história", comentou.

Por que Gottino largou o esporte

Edu Moraes/Divulgação Record TV Edu Moraes/Divulgação Record TV

Ele "acabou" com o Vídeo Show

Gottino estourou de vez quando assumiu o Balanço Geral em 2015. O sucesso foi tão estrondoso que o programa que mistura notícias policiais e fofocas tomou a liderança da Rede Globo na audiência vespertina. O programa, inclusive, foi apontado como o responsável pelo fim do Vídeo Show, da Globo, que estava no ar desde 1983 e acabou em janeiro de 2019.

"Creio que o programa deu certo por causa de uma química entre nós, que estávamos no vídeo: eu, Fabíola Reipert e Renato Lombardi. A gente se dava muito bem, cada um na sua, ninguém queria aparecer mais do que ninguém. A gente investiu nesse setor de entretenimento, de celebridades, e isso deu muito certo. Começamos com noticiário e a partir de 14h parava para entrar nessa outra área. E deu muito certo. Foram quatro anos em primeiro lugar. Só o comecinho que foi bem difícil", analisou Gottino.

Foi nessa época que o âncora conheceu o lado celebridade de aparecer diariamente na TV: passou a ser parado na rua por pessoas que o viam como "exterminador de problemas". Por esse motivo, o Balanço Geral foi confundido 'assistencialismo', mas Gottino se defende.

"Para mim nunca foi um programa policial. Eu sempre tentei humanizar as histórias, mostrar o que estava acontecendo, mas sempre com um olhar para a família, para a vítima, ao invés de entrar com um olhar de condenação para o outro: de mais violência ou de pagar o mal com o mal. Nunca foi o meu discurso, nunca foi o meu jeito de trabalhar", destacou.

Gottino lembra como fez para ganhar do Jornal Nacional

"Sou diferente do Datena"

Há quem diga que o estilo de Gottino no Balanço Geral lembra o de José Luiz Datena no Brasil Urgente. Apesar disso, o paulistano não enxerga comparações com o amigo, apesar das trajetórias parecidas na carreira: ambos começaram no esporte e fizeram sucesso no jornalismo policial.

"Acho que nós somos bem diferentes. Ele tem o estilo dele, eu tenho o meu. Nunca tentei imitar ninguém, não busquei uma linha de trabalho", falou Gottino, que ainda ressaltou a amizade que tem com o âncora da Rede Bandeirantes.

"O Datena é meu amigo, a gente conversa sempre, já se encontrou para jantar. Quando ele não vai nos jantares marcados com os amigos, ele manda um vinho para representá-lo. Sempre se desculpa dessa maneira. Isso é muito bacana. Eu não vejo problema de comparação, mas acho que eu consegui não ser comparado. É importante que você tenha a sua própria forma de trabalhar", destacou.

Novo estilo na CNN

Quando a CNN anunciou Reinaldo Gottino em setembro do ano passado [a emissora estreou apenas em março de 2020] como um dos principais âncoras da emissora, os espectadores ficaram ansiosos. Qual seria a postura do jornalista após anos de Record fazendo um jornalismo mais informal e próximo do público?

"Na primeira vez que entrei no ar com a CNN, parecia que todo mundo estava me olhando: 'Como é que ele vai se desenvolver aqui? Como é que vai ser?'. O estilo é totalmente diferente. É um jornalismo hard news, é um jornalismo ao vivo, mas é um jornalismo que você faz de uma outra maneira, uma outra conversa. Eu tive que mergulhar nesse mundo da política, da economia para poder conseguir acompanhar, porque eu trabalhei com muita gente boa, com muita fera".

O desafio de erguer uma emissora recém chegada ao Brasil também era pessoal. Gottino deixou a Record no auge do Balanço Geral. "Era uma proposta nova, mudar um pouco a carreira... A ideia foi partir para outro lugar, para poder mostrar também a minha versatilidade. Eu queria mesmo viver essa experiência de ajudar a construir uma emissora do zero. Essa é uma experiência que a gente vai carregar pro resto da vida. Na CNN, eu faço parte disso, de ter ajudado a colocar os tijolinhos lá. Todos que vieram vão carregar isso pro resto da vida, pra sua biografia".

Divulgação/CNN Brasil - Spokesman Divulgação/CNN Brasil - Spokesman

Todo o dia eu sou xingado dos dois lados. As pessoas me chamam de direita e de esquerda. Mostra que estou no caminho certo. Eu não estou aqui para agradar nem um lado, nem o outro. A CNN vem justamente para trazer isso. Vamos ouvir, sim, a Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e vamos ouvir o filho do Bolsonaro. Eu não estou aqui para sair em defesa de ninguém. Estou aqui pra reportar, pra noticiar, pra informar

Sobre a acusação de que a CNN faz "jornalismo chapa branca"

Gottino x Prioli

Reprodução/YouTube/CNN Brasil

O caso Regina Duarte: "Ditadura não se discute"

Foram três meses no ar com a CNN, mas a passagem de Gottino na emissora rendeu histórias que ficarão marcadas para sempre. A fatídica entrevista com Regina Duarte no "Breaking News" é uma delas. Secretária da Cultura na época, a atriz minimizou as mortes da Ditadura e se mostrou contrariada ao ouvir uma crítica de Maitê Proença.

"Ninguém fez absolutamente nada. A entrevista se encaminhou sozinha pra aquilo, através das falas da entrevistada. Eu, particularmente, achei um ponto ali que eu discordei, que eu mexi a cabeça. Não concordei quando ela minimiza a ditadura. Eu acho que a ditadura não se discute. É um momento triste da nossa história. Não importa se você sofreu ou não com esse momento. É uma história que aconteceu no nosso país, que tirou direitos, pessoas morreram e eu acho que isso não se discute".

Para Gottino, ele e os colegas Daniele Lima e Daniel Adjuto apenas cumpriram com a missão da profissão. "Faltou um pouco de preparo dela. Ela tinha que ter feito um media training. Depois desse episódio, ela foi buscar. É importante ter pra não ficar tensa, não ficar nervosa, porque os jornalistas estão ali para perguntar. Quando ela fala: 'Poxa, mas tão me perguntando'. Se eu não puder fazer as perguntas que eu quero fazer, eu não participo da entrevista. Jornalismo é você questionar. Cabe ao entrevistado se ele quer responder ou não. Em casa, vão fazer a sua própria leitura, mas o meu papel é perguntar", exaltou.

Gottino chorou com Osmar Santos

Aos 22 anos, Gottino foi acalmado por Zezé Di Camargo e Luciano

O amor pelo rádio construiu o Reinaldo Gottino que você conhece. Aos 15 anos, pediu a primeira chance em uma emissora de rádio pequena, como telefonista. Depois, já formado em jornalismo, veio o desafio na rádio Globo.

Aos 22 anos, ele tremeu em sua primeira participação. Chamado de última hora para apresentar o Globo no Ar, programa da Rádio Globo, teve de ser acalmado pelos dois convidados que estavam na rádio. Ninguém menos que Zezé Di Camargo e Luciano.

"Entrar pra apresentar o Globo no Ar não era para qualquer um. Tinha que ser um locutor noticiarista, alguém que tinha uma voz. Teve um dia que faltou alguém pra fazer e falaram: 'Meu, Gottino, você vai lá e faz'. Estavam no estúdio o João Ferreira, que é o comunicador, um amigo até hoje, e Zezé di Camargo e Luciano. Eles viram que eu tremia, que eu estava nervoso. Aí, eles: 'Calma, garoto. Vai dar tudo certo. Fica tranquilo. Você vai ler três notícias aí, não é muita coisa. Fica de boa'. Eu fiz e achava o máximo. Estava começando a minha carreira no jornalismo, no rádio, começando pra valer mesmo na profissão", contou.

Divulgação/Record TV

"Queimaram o filme do termo evangélico"

Reinaldo Gottino é evangélico. Ele frequenta a Igreja Batista com a família e acredita que o respeito deve ser colocado sempre em primeiro lugar, também, em relação ao assunto. Para ele, há intolerância e o termo evangélico acabou banalizado no Brasil.

"Queimaram tanto o filme desse termo evangélico. Eu sou cristão, eu sou discípulo de Jesus, mas eu acho que o que estão fazendo com o termo evangélico é um negócio absurdo. Evangélico não pode ser chamado de massa de manobra, não pode ter um posicionamento que é guiado pelas pessoas, como uma ovelha segue um pastor", declarou.

"As pessoas esquecem o que é ser cristão. Ser cristão é você pagar o mal com o bem, não o mal com o mal. Eu tenho um pensamento um pouco diferente do que muita gente tem. Sou muito criticado por isso, mas as pessoas não podem generalizar. Nem todos os cristãos pensam da mesma maneira. Você não pode relacionar o cristão a um machista, por exemplo".

Reinaldo Canato/UOL

Família e peladeiro

Sempre que chega em casa após o trabalho, Gottino coloca em prática o mesmo ritual: toma um banho e deixa a água levar as histórias pesadas que conta no dia a dia. O âncora esteve à frente de coberturas de tragédias como o caso Isabela Nardoni, a queda do avião da Chapecoense e o incêndio na Boate Kiss.

O banho antes de cumprimentar todos é para poder se relacionar melhor com a família formada pela esposa Simone, os filhos Rafael e Giovana e o cachorro Cookie.

"Eu faço o meu trabalho, mas, na hora que chego em casa, tomo um banho e preciso me dedicar à minha família. Eu não posso chegar mal em casa. Eu acabei criando esse ritual e faço isso até hoje. Hoje, o noticiário político e econômico é pesado também. Se você entrar no momento que a gente está vivendo, de pandemia, é complicado. Então, o que eu faço? Acabou? Acabou", disse.

É a mesma coisa com os amigos, dos quais sente falta pela distância. "Eu adoro jogar futebol. Tem uma turma que eu jogo de sábado. Adoro estar com os amigos, fazer festa, happy hour... Adoro isso, gosto de estar confraternizando. Estou sentindo falta, estou tremendo aqui. A vida é melhor entre amigos. Eu tenho até dificuldade de fazer festa porque eu não consigo fazer para 20, 30 pessoas. Se eu vou convidar quem eu gosto, acabo chamando todo mundo".

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