Olhando apenas a tabela de classificação, com o Flamengo na terceira posição, fica difícil imaginar que Domènec Torrent corre risco de não terminar o ano no cargo. Mas, no duelo entre dois elencos caríssimos dirigidos por estrangeiros, os 4 a 0 sofridos para o Atlético-MG no domingo, em atuação avassaladora do Galo de Sampaoli, elevaram a pressão em cima do espanhol, que ainda sofre com as constantes comparações com Jorge Jesus, que deu cinco títulos em um ano para o Rubro-Negro.

Nos últimos três jogos pelo Brasileirão, contra três adversários diretos (Inter, São Paulo e Atlético), o Fla levou dez gols. A defesa rubro-negra, aliás, é a segunda pior do campeonato, com 29 gols sofridos, à frente apenas do lanterna Goiás, que tomou 33. A fraqueza na retaguarda foi reconhecida pelo próprio Dome após a goleada, que foi construída com o Galo explorando facilmente os grandes espaços nas costas da zaga adiantada.

"Um time quer ser campeão novamente, e nos mata-matas, não pode sofrer tantos gols. Estamos focados nisso. Ofensivamente, acho que jogamos muito bem, mas defensivamente fomos muito mal. São gols que o Flamengo não pode sofrer", avaliou o treinador.

A 20ª rodada teve muitos desfalques para os times do Brasileirão. O calendário apertado e a pandemia de coronavírus têm cobrado seu preço sobre os clubes, com contusões e contaminações privando os times de alguns de seus melhores jogadores.

O Flamengo viu Filipe Luís ser substituído com dores musculares, mesmo caso de Luiz Adriano no Palmeiras. Gabriel Sara, destaque do São Paulo, sofreu um trauma no quadril e virou dúvida para a sequência da competição.

Novos casos de covid-19 também apareceram e tiraram nomes importantes da rodada. Tchê Tchê, no São Paulo, Diego Cavalieri e Warley, no Botafogo, Yago Felipe, no Fluminense, e até o técnico Cuca, do Santos, foram alguns dos infectados que precisaram entrar em isolamento.