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Após presidente do conselho fiscal, vice de futebol também deixa Botafogo

Gustavo Noronha deixou o cargo de vice de futebol do Botafogo por conta de resultados ruins - VITOR SILVA/SSPRESS/BOTAFOGO
Gustavo Noronha deixou o cargo de vice de futebol do Botafogo por conta de resultados ruins Imagem: VITOR SILVA/SSPRESS/BOTAFOGO

05/11/2019 14h43

O Botafogo sofreu mais uma mudança na diretoria. Após reunião na manhã desta segunda-feira, Gustavo Noronha foi destituído e não exerce mais o cargo de vice-presidente de futebol do clube. O dirigente ocupava a posição desde a chegada de Nelson Mufarrej como presidente, em 2018.

Um encontro com o próprio mandatário, porém, selou a passagem do vice-presidente de futebol do clube. A situação era considerada insustentável e Gustavo Noronha foi destituído do Conselho Diretor do Glorioso. Depois de Ricardo Wagner, presidente do Conselho Fiscal, foi a segunda saída confirmada em menos de 24 horas.

Antes de ser VP de futebol, Gustavo Noronha foi diretor jurídico do departamento de futebol e uma figura importante no grupo Mais Botafogo. Não à toa, era influente nos bastidores do clube e alcançou um cargo de prestígio na instituição.

Noronha, porém, não estava sendo bem avaliado por conselheiros nos últimos meses. O VP de futebol "sumiu" e não participou de decisões importantes, em relação ao futebol e questões fora de campo, em um momento conturbado vivido pelo Botafogo. Por esta razão, a situação do dirigente ficou praticamente insustentável. Ainda não há previsão se outro dirigente ocupará o cargo de VP de futebol.

Após a publicação, Gustavo Noronha se pronunciou através da assessoria de comunicação do Botafogo e disse que a decisão partiu do presidente Nelson Mufarrej.

Veja nota na íntegra:

O Presidente me pediu o cargo e é sua prerrogativa fazê-lo. Estava preparado para a transição do Botafogo atual para o Botafogo S/A em dezembro, antecipando em um ano o fim da gestão, e em busca de um Botafogo mais moderno, eficiente, e sempre vencedor. Firme no propósito de terminar o ano com o Botafogo numa posição digna na tabela, eu seguiria para concluir o trabalho. No entanto, o Presidente, a equipe de transição para o Botafogo S/A, e o próprio Mais Botafogo, entenderam pelo fim do ciclo agora, para uma transição mais tranquila, e viabilizando a regularização dos salários o quanto antes. Ninguém está acima do Botafogo, e zelar pelo futuro do Clube é o nosso dever maior. Saio não com a sensação do dever cumprido (pois a 14a posição no Campeonato Brasileiro não é nada cômoda e não é digna de nossas tradições), mas com a certeza de que fiz o meu melhor. Foram 5 anos no departamento de futebol do Botafogo, 3 como diretor e 2 como vice-presidente, em uma reconstrução do Clube que se deu passo a passo. Desde o início dificílimo em 2015 com desmonte e reconstrução total do elenco, até uma participação honrosa na Libertadores em 2017 e um título estadual épico no ano passado (2018), chego ao final do trabalho com o Botafogo dententor de ativos importantes, alguns cobiçados por grandes clubes brasileiros e internacionais. O modelo de gestão orgânico e profissional que implantamos no futebol do Botafogo, contudo, necessitava de duas premissas básicas da era do profissionalismo: (i) estrutura de ponta; e (ii) salários em dia. Durante muito tempo conseguimos. Em face do quase total colapso financeiro de 2019, motivado por questões diversas de ordem comercial e financeira, esses dois pilares fundamentais do trabalho foram dramaticamente prejudicados, e com isso veio um desgaste inevitável. O departamento de futebol do Botafogo foi obrigado a se desfazer de atletas para honrar compromissos salariais e ainda assim os atrasos persistiram. Que possamos o quanto antes regularizar nossos compromissos. Temos, no departamento de futebol do Clube, incansáveis profissionais de ponta. Nosso gerente de futebol, treinador, auxiliares, coordenador, preparadores de goleiro, preparadores físicos, fisiologistas, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, assessores de imprensa, massagistas, roupeiros, seguranças, motoristas, e todos da equipe, são incansáveis. Nossos atletas se dedicam diuturnamente para defender as nossas cores e terminarão essa temporada numa posição digna. Tenho a mais absoluta certeza de que farão de tudo para isso e conseguirão. Tenho com eles desde o início uma relação de respeito e confiança. Não paternalista, porque não acredito nisso. Ao velho bordão da era do amadorismo "jogador precisa de carinho", sempre respondi com "jogador precisa de excelentes condições de trabalho e salários em dia". Sigo acreditando nisso. Foi uma honra servir ao Botafogo. Volto para a arquibancada, que é o meu lugar. Saudações Alvinegras

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