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Com cidadania, Gabriel Martinelli não descarta jogar pela seleção italiana

Atacante tem dez gols no primeiro ano de Europa, sendo sete deles em copas (Liga Europa ou Copa da Liga) - Glyn Kirk/AFP
Atacante tem dez gols no primeiro ano de Europa, sendo sete deles em copas (Liga Europa ou Copa da Liga) Imagem: Glyn Kirk/AFP

Arthur Sandes e Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo e Armenia (Colômbia)

31/01/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Em ótima fase, Martinelli fala da possibilidade de defender a Itália
  • Atacante tem boa relação com Juninho Paulista, coordenador de seleções da CBF
  • O antigo coordenador, Edu Gaspar, atualmente trabalha no Arsenal
  • Jogador tem dez gols na temporada e surpreende pelo destaque aos 18 anos

Vivendo temporada surpreendente no Arsenal, o atacante Gabriel Martinelli virou a sensação do futebol inglês ainda aos 18 anos e se tornou esperança para o futuro da seleção brasileira. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, no entanto, o jogador avisa que ainda não se decidiu sobre qual país quer representar se for convocado.

"Tenho cidadania italiana por parte de pai, porque nós fizemos um pouco antes de vir para o Arsenal. Então tenho a opção de jogar pelo Brasil ou pela Itália. Mas isso é só a consequência; tenho que continuar trabalhando aqui no Arsenal, e só depois vamos ver o que vem pela frente", diz Martinelli, sossegado com a situação e deixando ambas as opções em aberto.

O atacante está cercado de gente relacionada à seleção brasileira. Edu Gaspar, por exemplo, virou diretor técnico do Arsenal após ser coordenador de seleções da CBF. Agora quem trabalha diretamente com o técnico Tite é Juninho Paulista, que acompanhou de perto a evolução de Martinelli enquanto administrava o Ituano.

"Ele [Juninho] já me ligou, falou comigo e me deu os parabéns pelo que estou fazendo. Não fui convocado ainda [para a seleção principal], mas fico bem tranquilo sobre isso", afirma o jogador. "Conversamos um pouco depois de ele ir para a seleção. Me ligou, falou que esta era a oportunidade da minha vida, que era dar meu máximo porque assim as coisas iriam bem. Foi um cara fundamental nos quatro anos em que eu fiquei no Ituano", diz Martinelli.

A seleção brasileira sabe do interesse da Itália em contar com Martinelli, mas já esteve mais preocupada com a questão. Recentemente, Branco, o coordenador da base da CBF, manteve conversas com o jogador e considera que a questão está bem encaminhada para que o atacante vista apenas a camisa verde e amarela.

Não à toa, André Jardine o colocou na lista de convocados para o Pré-Olímpico que está sendo disputado agora na Colômbia, mas ele não pôde se apresentar ao elenco por conta da falta de liberação do Arsenal —não hã exigências da Fifa quanto ao torneio.

Martinelli foi convocado pela primeira vez em novembro, quando disputou o Torneio de Tenerife com a seleção sub-23. Na ocasião, chegou a conversar sobre as possibilidades de estar no Pré-Olímpico, mas seu clube brecou qualquer possibilidade. Gaspar, no caso, disse que o jogador era essencial para sua equipe.

"Eu disse que se dependesse de mim eu jogaria. Mas já sabíamos que seria difícil", explica o jogador, que acabou sendo substituído na lista final de Jardine. "Era uma época em que eu era titular [do Arsenal], e o pessoal preferiu não liberar."

A temporada de Martinelli não chega ao nível dos melhores do mundo, mas é empolgante pelo momento da carreira do atacante. Apenas um ano após ter disputado a Copa São Paulo de Juniores, ele já soma dez gols em 1.210 minutos pelo Arsenal (média de um a cada 120 min.). O começo na Europa já é comparado ao de Neymar e motiva até Ronaldinho Gaúcho a elogiar e traçar paralelo com Ronaldo Fenômeno.