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Qual o impacto da derrota na Copa do Brasil para o futuro do Inter

Guerrero, durante partida entre Inter e Athletico. Colorado foi derrotado e ficou com vice - Jeferson Guareze/AGIF
Guerrero, durante partida entre Inter e Athletico. Colorado foi derrotado e ficou com vice Imagem: Jeferson Guareze/AGIF

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

19/09/2019 04h00

O Internacional acreditava num ano de conquistas, em seu processo de reconstrução desde a volta da Série B. E amargou o segundo vice-campeonato. Depois de perder por 2 a 1 para o Athletico Paranaense na final da Copa do Brasil, o Colorado quer evitar impactos imediatos. Mas as avaliações já começaram.

"Neste momento dói bastante não ter conseguido o título. Uma disputa nacional, à qual o Inter não chegava há 10 anos. E na última vez que chegou também não conseguiu vencer. Não vencemos há 27 anos, para ver a dificuldade que é. Então, temos que saber o que foi bem feito para chegarmos até aqui. Pois se chegamos é porque houve coisas boas. E saber o que faltou. Temos que fazer este diagnóstico para no futuro não deixarmos escapar pelos nossos dedos a chance de sermos campeões", disse o vice de futebol Roberto Melo.

Odair Hellmann

Não há, neste momento, chance de troca na comissão técnica. Odair Hellmann ainda goza de total apoio do comando do clube. No entanto, a pressão da torcida e o infortúnio contra o Athletico com duas derrotas deixam o comandante numa condição instável como há tempo não acontecia. A reação da equipe no Brasileiro ditará o rumo do trabalho.

Até porque um nome de peso está no mercado. Abel Braga é o treinador que conquistou os maiores títulos da história do Internacional e uma figura que sempre é lembrada nos bastidores em momentos assim.

"Um grande exemplo, o melhor, é o Athletico. Uma equipe que tem continuidade em todos os sentidos, em estrutura, em investimento, CT, estádio, vem colhendo os frutos disso há muito tempo. É a manutenção do trabalho que dá isso. Não podemos achar que chegamos a final da Copa do Brasil e está tudo errado. É evidente que podemos e precisamos evoluir e pensando nisso que iremos trabalhar", afirmou Roberto Melo sobre a sequência da comissão técnica.

Grupo de atletas

O vice-campeonato da Copa do Brasil chegou cheio de peculiaridades. Odair Hellmann perdeu D'Alessandro com lesão muscular na coxa direita, mas poderia ter o retorno de Pottker, que marcou duas vezes no último final de semana. O problema é que Pottker também se machucou.

Desta forma, o comandante optou por Wellington Silva à frente, e ele não deu boa resposta. O ex-Fluminense se caracteriza por entrar melhor durante as partidas do que começar jogando. Quando optou pela entrada de Sobis ou Guilherme Parede, as alternativas mostraram-se incapazes de mudar o cenário.

Tudo isso mostrou que o time sofre muito quando não conta com o veterano D'Ale. Único armador do grupo, o camisa 10 é peça fundamental aos 38 anos. Não tê-lo obriga mudança de característica de equipe e evidencia carência no grupo.

Apoio x Pressão

Ao mesmo tempo que lotou o Beira-Rio, que quebrou seu recorde de público após a reforma para Copa do Mundo de 2014 com mais de 50 mil presentes, a torcida do Inter protestou. O clima de apoio visto nos momentos que antecederam o jogo, com "Ruas de Fogo" e muita festa não foi o mesmo do entorno do estádio após a derrota. Pelo contrário. Então o vice-campeonato também interfere na relação com os aficionados.

Além das vaias que ecoaram na casa vermelha, houve vandalismo, briga, confronto com a Brigada Militar e até um início de incêndio. Situações que remeteram aos últimos anos, quando cada infortúnio em Porto Alegre era acompanhado por atitudes deste tipo. E a conduta destes torcedores mostra que o ambiente não é totalmente tranquilo.

"Resta o Brasileiro"

Sem outra alternativa, a queda na Copa do Brasil transforma o Brasileiro na possibilidade de alegria até o fim da temporada. Vice-campeão do Estadual, eliminado nas quartas de final da Libertadores e segundo também na Copa do Brasil, o Inter só tem uma alternativa: reagir.

"Tivemos três competições, agora nos resta só o Brasileiro. Temos quer reagir. Foi através do Brasileiro que conseguimos entrar direto nas oitavas de final da Copa do Brasil, na fase de grupos da Libertadores. Falta um turno inteiro para ser disputado. Jogamos mais da metade dos jogos com um time alternativo, agora nos resta o Brasileiro e teremos que nos dedicar de corpo e alma com energia e força", finalizou Odair Hellmann.

O Colorado joga neste domingo às 11h (de Brasília), em Porto Alegre contra a Chapecoense.

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