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Atlético tem dependência de Jair e vive carência de volantes antes da semi

Jair tem sido peça importante no meio-campo, e Rodrigo Santa encontra dificuldade para encontrar um substituto -     Fernando Moreno/AGIF
Jair tem sido peça importante no meio-campo, e Rodrigo Santa encontra dificuldade para encontrar um substituto Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

17/09/2019 04h00

A dificuldade do Atlético-MG para acompanhar as jogadas do Internacional, no último domingo, foi apenas mais um exemplo de como o time tem sentido a falta do volante Jair. Titular até sofrer um estiramento na coxa, o jogador deixou uma vaga no time que ainda não foi devidamente preenchida. Além de não ter atletas com características semelhantes, Rodrigo Santana ainda enfrenta uma escassez de volantes e terá apenas dois deles à disposição para a semifinal desta quinta-feira, contra o Colón, pela Sul-Americana.

Jair, que ainda segue sem previsão de retorno aos gramados, chegou ao Atlético no início do ano e encontrou alta concorrência. Originalmente segundo volante, o atleta acabou recuado por necessidade, mas a improvisação deu certo e ele tomou conta do setor a partir de agosto. Ao revezar as subidas com Elias, se tornou mais completo, chamando atenção nas roubadas de bola, na eficiência para marcar, iniciar a transição e até surgir como elemento surpresa no ataque, virando um ponto de equilíbrio do time. Desde sua saída, o Galo tem sofrido para colocar isso em prática mais vezes.

"A gente sente muito a falta do Jair. Além de roubar muita bola, ele tem uma noção de espaço muito grande e sempre ganha essa segunda bola, dando muito qualidade à saída, facilita para os meias estarem mais próximos da grande área", comentou o técnico Rodrigo Santana.

No início da temporada, a alternativa para fazer essa saída de bola no Atlético era Adilson, hoje aposentado por conta de um problema cardíaco. Contra o Internacional, o paraguaio Ramón Martínez errou passes e pouco conseguiu acompanhar as ofensivas do adversário. Mesmo que tivesse ido bem, ele não poderia jogar a Sul-Americana pelo Atlético, já que atuou na competição pelo Guaraní-PAR. Como Gustavo Blanco segue lesionado, o único volante que resta no grupo é Zé Welison, jogador que tem características bem mais defensivas, mas que também não vem de boas partidas quando recebeu suas chances.

Apenas com Zé Welison e Elias para formar o meio-campo defensivo, Rodrigo Santana terá primeiro que decidir como o Atlético irá se comportar na Argentina. Se optar por bater de frente e tentar se impor contra o Colón, uma alternativa seria escalar Elias como único volante e promover a entrada de mais um meia. Do contrário, a opção mais cautelosa e também mais próxima da realidade é jogar com Zé Welison na marcação e buscar vencer jogando no erro do adversário.

"A gente ainda não definiu se nós vamos fazer um jogo de propor ou de jogar no erro do adversário. Por estar perdendo o Jair, poderia ser interessante a gente jogar no erro. Não adianta querer propor o jogo em uma situação que o adversário vai vir para cima. Mas também temos condições de igual para igual. Então vamos estudar as estratégias para ver qual é o melhor plano de jogo para nós", definiu o técnico.

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