Topo

Renato Mauricio Prado

Renato Mauricio Prado: Gabigol e Flamengo em jogo de gato e rato

Gabigol comemora após marcar pelo Flamengo contra o Emelec pela Libertadores - Thiago Ribeiro/AGIF
Gabigol comemora após marcar pelo Flamengo contra o Emelec pela Libertadores Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

19/08/2019 12h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Por que em toda a entrevista que dá após jogos do Flamengo Gabigol se preocupa em dizer que está aproveitando seus últimos jogos pelo Rubro-negro? Últimos como? Seu empréstimo vai até o fim do ano e, além da Libertadores, o time tem ainda quatro rodadas do primeiro turno do Campeonato Brasileiro e todas as 19 do segundo!

É verdade que há, no contrato de cessão temporária, uma cláusula que permite à Inter de Milão vender o jogador a qualquer momento caso o clube italiano receba uma proposta que lhe agrade. Mas, ao menos até onde se sabe, nenhum interessado se manifestou efetivamente apesar da ótima fase do artilheiro.

Então, voltamos ao ponto de partida. Por que últimos jogos? E, principalmente, qual a razão de insistir nisso todas as vezes que um microfone lhe chega à boca?

Conversei rapidamente por WhatsApp com o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, no momento em que ele estava embarcando da Europa para o Brasil no domingo à noite. Com a promessa de explicações mais detalhadas quando aqui chegar, o dirigente soltou uma frase enigmática a respeito dessa estranha história.

"Ele (Gabigol) está fazendo o jogo dele. Eu estou fazendo o do Flamengo".

Ora, depois do fracasso nas negociações por Balotelli (pessoalmente, acho que foi ótimo para o Mais Querido que o controvertido e problemático atacante tenha preferido o Brescia), o natural seria que o Flamengo tratasse o mais rapidamente possível de comprar Gabigol da Inter - sem a fortuna que seria despendida com o "Ballo", isso ficou financeiramente mais fácil.

Mas, afinal, que "jogos" distintos são esses que Braz diz que o craque e ele (pelo clube) estão fazendo? Faz parte deles outro tipo de declaração que o jogador já deu também, dizendo que gostaria de voltar à Europa para provar lá o seu valor?

A sensação que tenho é que tudo se resume à grana que o artilheiro pretende receber na saída da Inter, seja para um clube do exterior, seja para o Flamengo (ou até para outro clube daqui). E aí residiria a queda de braço entre o jogador e o dirigente.

Duelo no qual Marcos Braz precisa ter bem claro que uma eventual saída de Gabigol seria desastrosa para o time dirigido por Jorge Jesus. Basta ver a dificuldade para contratar o tal "nove" que o técnico português vive pedindo.

"Gelo no sangue" é a expressão que o outrora sanguíneo vice de futebol costuma repetir quando se refere à postura que vem adotando nas bem-sucedidas negociações recentes (Arrascaeta, Bruno Henrique, o próprio Gabigol, Rafinha e Filipe Luís).

Seja qual for a temperatura desse imbróglio, o que a maior torcida do país espera que o seu novo artilheiro e xodó esteja bem longe de estar fazendo os seus últimos jogos com a camisa rubro-negra.

Embolou de vez

Na semana passada, escrevi aqui que considerava o G-6 inteiro na luta pelo título brasileiro. Acho que agora ninguém tem mais dúvida disso. Com apenas cinco pontos separando o líder Santos do sexto colocado Corinthians, qualquer previsão é açodada.

Quem poderia imaginar que, na volta da Copa América, o Palmeiras não conseguiria vencer nem sequer uma vez em seis rodadas do Brasileiro? E ainda seria eliminado na Copa do Brasil? Será que o time de Felipão "virou o fio"? Mesmo que tenha virado, há tempo suficiente para "desvirar" e seguir na luta. Os seis primeiros, com certeza, ainda terão altos e baixos. Tomara que a disputa siga renhida até o fim do segundo turno.

Em termos de equilíbrio, o Brasileiro deste ano está sensacional.

Por que não olhou?

Pra mim foi pênalti claro do goleiro do São Paulo, Tiago Volpi em Felippe Cardoso, do Ceará. Mas, independentemente da interpretação de cada um, o que não deu para entender foi por que o juiz pernambucano Gilberto Castro Júnior, alertado pela turma do vídeo, não foi nem sequer olhar o monitor - afinal, estava muito longe do lance e não tinha como avaliar bem daquela distância. É aquela velha história: o problema não é o VAR, mas a péssima qualidade da maioria dos nossos árbitros.