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Renato Mauricio Prado

A vida pela Libertadores

Abel Braga -  Thiago Ribeiro/AGIF
Abel Braga Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

10/12/2018 04h00

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Abel será anunciado como novo técnico do Flamengo ainda esta semana. Só não o foi no próprio sábado, quando se confirmou a folgada vitória de Rodolfo Landim, nas urnas, porque há ainda uma última batalha política a ser travada na Gávea: a eleição do próximo presidente do Conselho Deliberativo, que a vitoriosa chapa roxa considera fundamental para governar em paz. Seu candidato é Antônio Alcides e o maior opositor é Alexandre Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos da gestão Bandeira de Mello e membro do controvertido grupo SóFla.

Mas, ganhe quem ganhar o Deliberativo, a escolha do treinador está feita. E, antes mesmo de ser contratado, Abel já deixava clara a sua empolgação em voltar a dirigir o Flamengo. Conversando com ele, percebi que se sentia em débito com o rubro-negro por conta de sua passagem anterior pela Gávea, em 2004, quando foi campeão carioca, mas perdeu a fatídica final da Copa do Brasil, para o Santo André, em pleno Maracanã.

Essa derrota doída é até hoje responsável pela rejeição que alguns torcedores rubro-negros ainda têm ao seu nome, mas foi a partir dela que nasceu o treinador vitorioso e consagrado que ganhou praticamente todos os títulos possíveis em sua carreira na boca do túnel: campeão da Libertadores e do Mundial, pelo Internacional, em 2006, e campeão brasileiro, pelo Fluminense, em 2012.

O Abel que assumirá agora o moderno do CT do Ninho do Urubu é um profissional bem mais experiente e completo do que aquele que comandou o Flamengo, nas modestas instalações da Gávea. E entusiasmo, pelo que me falou, não lhe falta:

"Pode ter certeza, vou dar a vida pra ganhar essa Libertadores", me disse, sem rodeios.

Condições não lhe faltarão. O Flamengo tem hoje em dia capacidade financeira de montar um elenco extremamente competitivo (serão feitas, pelo menos, quatro ou cinco contratações importantes) e com Landim na presidência e Marcos Braz no comando do futebol, o clube pretende aliar à seriedade administrativa o conhecimento do mundo da bola que sempre faltou a Bandeira e seus pares. Braz era o vice de futebol no último Campeonato Brasileiro conquistado pelo Fla, em 2009.

É óbvio que isso tudo não é garantia de título, pois há adversários de peso pelo caminho, a começar pelo Palmeiras atual campeão do Brasil, e o River Plate, novo campeão da Libertadores. Seja como for, as chegadas de Landim, Braz e Abel fazem do Flamengo um candidato bem mais forte do que foi nas últimas edições, quando vários micos foram pagos, com eliminações nas fases de grupo ou nos primeiros mata-matas.

Como bradavam, seus correligionários, ao final da eleição, "a era do cheirinho acabou". A conferir.